Um diagnóstico inesperado e preocupante com um final feliz de superação e conquista. Em outubro de 2019, aos 26 anos, Lara Louzada foi diagnosticada com Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Ela, que mora em Castelo, no Sul do Estado, estava prestes a se formar em Medicina.
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A suspeita começou quando Lara percebeu a presença de vários hematomas pelo corpo. Ela realizou uma série de exames que revelaram taxas preocupantemente baixas.
No mesmo dia do diagnóstico, a então estudante de Medicina foi internada e iniciou imediatamente o tratamento, incluindo sessões de quimioterapia, na Unimed Sul Capixaba.
“Todos os meus planos foram paralisados, e eu segui todas as orientações médicas na esperança de ser curada. Eu não questionava nada, apenas confiava que daria certo”, contou ela.
A surpresa para Lara e toda família foram grandes. Segundo ela, a doença já estava em nível bastante avançado quando descobriu.
“Estava bem avançado. Todas as células do sangue estavam muito baixas. Os leucocitos eram tão baixos que o laboratório nem contava. Além de 5 mil plaquetas apenas. Mas eu não estava com nenhum sintoma grave”, relatou.
Mesmo em meio a sessões de quimio e todo o tratamento que a leucemia exigia de Lara, nada disso foi suficiente para fazer com que ela perdesse a esperança. Em janeiro de 2020, veio a tão sonhada formatura do curso de Medicina.
“Eu formei em janeiro e, durante a formatura, estava fazendo químio venosa, mas não deixei de ir. Estava até de peruca no dia”, contou ela.
Concluída a graduação, Lara continuou o tratamento por dois anos. Em março de 2022, terminaram as sessões de quimioterapia e iniciou a residência na área. “Para mim, foram duas vitórias juntas”, disse.
Em março deste ano, Lara, aos 30 anos, vai se formar em Clínica Médica. Mas os motivos para agradecer e se alegrar são ainda maiores, pois ela também está grávida de seis meses.
Pensando em ajudar outras mulheres que enfrentam a leucemia, ela fundou um grupo de apoio destinado a essas pacientes.
“Meu maior medo era não ter minha vida de volta, e hoje posso afirmar que minha vida é muito melhor. Sinto-me mais forte, sei que posso enfrentar qualquer desafio. Descobri uma força que desconhecia. Agora estou grávida e muito feliz”, comemorou Lara.
Filha de Roberto Justus tem mostrado a luta pelas redes sociais
A doença que Lara foi curada e Fabiana Justus, filha de Roberto Justus, enfrentam tem ganhado notoriedade após a influenciadora ser diagnosticada.
No cenário de uma batalha pessoal contra a Leucemia Mieloide Aguda, a filha do empresário e apresentador tornou-se protagonista de uma jornada que destaca a urgência da conscientização sobre o câncer.
Neste domingo (4), comemora-se o Dia Mundial contra o Câncer. A data não apenas marca uma oportunidade para refletir sobre os avanços no tratamento oncológico, mas também serve como um alerta global para a importância da detecção precoce e da adoção de medidas preventivas.
Com o propósito de disseminar informações vitais sobre a doença e promover a sua prevenção, a data foi instituída pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), em 2005.
O que é a Leucemia Mieloide Aguda (LMA)?
A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) é o tipo mais comum e mais agressivo da doença que ataca a medula óssea. Conforme a medula é atacada pelas células doentes, a pessoa costuma ter alterações no corpo que evoluem com rapidez.
Especialistas afirmam que o quanto antes a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura.
A médica hematologista, Mariana Bonfim, da Unimed Sul Capixaba, explicou que a Leucemia Mieloide Aguda é um tipo de câncer do sangue onde há uma multiplicação exagerada e desordenada das células da medula óssea.
“As células-tronco mieloides sofrem algumas mutações genéticas. Nesse processo são formados os blastos, células que não conseguem amadurecer, que se multiplicam rapidamente, o que atrapalha o desenvolvimento das células saudáveis. Ou seja, a medula fica cheia de células doentes”, explicou.
Segundo a médica, os desafios relacionados ao diagnóstico da doença estão relacionados ao acesso ao especialista, no caso ao hematologista, e aos exames necessários para a confirmação.
“Muitos pacientes nunca ouviram falar nessa patologia e isso acaba gerando muitas dúvidas”, ressaltou.
A leucemia é um tipo de tumor que afeta a medula óssea, responsável pela produção das células sanguíneas, como os leucócitos, plaquetas e hemácias.
Em um organismo saudável, as células-tronco que são produzidas na medula óssea, passam por um processo de maturação para dar origem aos componentes do sangue.
Na LMA, as células-tronco mieloides, que originam as células sanguíneas (leucócitos, hemácias e plaquetas), sofrem algumas mutações genéticas.
Esse processo forma os blastos, que são células que não conseguem amadurecer, e começam a se multiplicar descontroladamente, o que atrapalha o desenvolvimento das células saudáveis. Ou seja, a medula fica cheia de células doentes.
As mutações podem ser genéticas-hereditárias, quando a pessoa já nasce com elas, ou adquiridas durante a vida.
Quais os sintomas e como tratar?
Quando a medula está cheia de células doentes, o corpo dá sinais da baixa produção de células sanguíneas saudáveis (hemácias, plaquetas e leucócitos).
De acordo com a Pfizer, o paciente apresenta anemia, infecções e sangramentos, por exemplo. Os sinais e sintomas da leucemia mieloide aguda estão relacionados a essas manifestações.
Sinais e sintomas relacionados à anemia:
– Fadiga;
– Cansaço;
– Falta de ar durante atividades físicas normais;
– Tonturas ou desmaios;
– Dores de cabeça;
– Palidez.
Sintomas relacionados à baixa de leucócitos:
– Infecções frequentes;
– Febre.
Sintomas relacionados à baixa de plaquetas:
– Hematomas;
– Manchas vermelhas na pele (petéquias);
– Sangramentos.
Perda de apetite, de peso sem motivo aparente e aumento do baço e do fígado também são comuns em quem tem leucemia mieloide aguda.
Como se trata de uma doença agressiva, o tratamento também é agressivo. O tratamento é feito com quimioterapia com o objetivo de eliminar as células leucêmicas ou interromper a formação de novas células doentes.
“Os principais tratamentos disponíveis dependem da idade do paciente e fatores de risco citogenético e molecular. O médico irá definir a melhor abordagem de acordo com a categoria de risco. Posteriormente poderá ser indicado, ou não, o transplante de medula óssea”, esclareceu a hematologista.