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Apenas 25% dos idosos capixabas são saudáveis, aponta estudo de faculdade do ES

A publicação aborda a Síndrome da Fragilidade no município de Vitória. Essa doença, segundo o estudo, é responsável por aumentar os riscos à saúde dos idosos

Daqui a 15 anos serão mais de 860 mil idosos o Estado Foto: Reprodução

A população de idosos do Espírito Santo tem crescido a cada ano. De acordo com estudo publicado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em 15 anos o número de pessoas acima dos 60 anos crescerá 47%. Serão mais de 860 mil pessoas. 

A longevidade destes capixabas colocou Vitória na posição de segunda melhor cidade para se viver no Brasil, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Este reconhecimento é feito por meio da avaliação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que analisa também outros indicadores, como a educação e a renda da população.

Apesar de longeva, apenas 25,2% da população na faixa etária de 60 a 70 anos da capital é considerada saudável. Quase metade desse público, o equivalente a 49,6%, está na fase de pré-fragilidade e 25,2% desenvolveram a síndrome da fragilidade, doença que torna as pessoas vulneráveis a deficiências, quedas e hospitalizações. Isso porque os idosos dificilmente se recuperam totalmente após tratamento de doença prolongada ou crônica.

Esses dados de alerta são resultado de pesquisa inédita no Estado, realizada pela graduanda do curso de Fisioterapia da Estácio, Cristina Golino, com orientação da mestra em Engenharia Biomédica, Denise Maciel Ferreira. 

“Em países desenvolvidos, há muitos estudos sobre essa síndrome. No Brasil, no entanto, há pouca pesquisa e, no Espírito Santo não há conhecimento sobre ela. Encaminharemos esse trabalho para a Secretaria Municipal de Saúde para servir de subsídio para ações de promoção da saúde do idoso”, destacou Denise.
 
Cristina comentou que o percentual de prevalência da síndrome na população de Vitória é próximo aos números encontrados em outras regiões do país cujo IDH é bem menor. “O IDH de Vitória é o quarto melhor do Brasil, número puxado pela longevidade da população, porém, é preciso saber se esses cidadãos estão envelhecendo com saúde. O objetivo é alertar a população e os serviços de saúde para essa condição”, disse.
 
A Síndrome da Fragilidade pode ser constatada a partir de sinais como: aumento de doenças infecciosas, perda de massa muscular e de peso, fadiga, imobilismo, perda das funções da vida diária. Nesse cenário, a hipertensão e o diabetes mellitus tornam-se fatores de risco para a fragilidade.
 
Serviço à comunidade

De acordo com a faculdade, a Estácio dará prosseguimento à pesquisa por meio do atendimento à parcela da população identificada como pré-frágil que queira participar dos grupos de atividade física e tratamento de fisioterapia.