A abolição da escravatura foi assinada há 127 anos, mas ainda hoje diversos casos de trabalho em condições desumanas são registradas em todo o país. O Espírito Santo ocupou o segundo lugar no ranking de trabalho escravo no país em 2014 e, em apenas seis meses, mais de 80 trabalhadores foram resgatados em situações precárias.
Para combater o crime, a Coordenação Estadual de Direitos Humanos e a Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-ES) se reuniram nesta quinta-feira (28), Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
Um plano de trabalho de erradicação ao trabalho escravo foi apresentado durante a reunião, que contou com a presença do vice-governador César Colnago e do coordenador especial de Direitos Humanos, Júlio Pompeu.
Dentre as medidas, está o lançamento de um aplicativo nos próximos quatro meses para agilizar as denúncias e flagrantes de trabalho escravo.
Segundo o último balanço, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, as operações dos grupos de fiscalização resgataram no ano passado mais de mil trabalhadores em condições análogas à escravidão no Brasil. Destes, 61% estavam em áreas urbanas.
Em 2015, o Estado não contabilizou nenhum flagrante e o número de denúncias também caiu. Mas a luta para combater e erradicar o trabalho escravo continua. As autoridades pretendem realizar ações conjuntas para verificar possíveis ocorrências, pois no Espírito Santo há quatro das principais cadeias econômicas que mais costumam ter denúncias do crime.