Morreu nesta segunda-feira (18) na Índia a enfermeira Aruna Shanbaug, que estava em coma havia 42 anos, após ser estuprada.
Seu caso gerou um intenso debate sobre eutanásia no país, com pessoas defendendo que ela continuasse a ser alimentada por tubos e outras defendendo que se colocasse um fim em sua “agonia”.
Shanbaug era enfermeira do hospital King Edward Memorial de Mumbai, onde ficou internada até esta segunda-feira; ela sofreu graves danos cerebrais e ficou paralisada após ser violentada, em 1973, quando tinha 25 anoS.
O estuprador era um faxineiro do hospital que a estrangulou usando uma corrente de metal.
Debate
Em 2001, a Suprema Corte da Índia rejeitou um pedido de eutanásia a Shanbaug, após um grupo de médico examiná-la. A solicitação de que se interrompesse a alimentação da enfermeira foi negada porque representantes do hospital disseram que ela “conseguia aceitar comida, respondia com expressões faciais e fazia sons”.
Segundo os médicos, pacientes em estado vegetativo estão acordados, e não em um coma propriamente dito, mas não têm percepção do que acontece ao seu redor por conta do dano cerebral.
No entanto, o julgamento foi considerado histórico porque acabou tornando legal no país a chamada eutanásia passiva.
Nessa prática, não se ministra nenhum medicamento que provoque a morte do paciente, apenas se interrompem cuidados médicos que tenham como objetivo prolongar a vida.
Com a aprovação, esse tipo de eutanásia pôde ser permitida em alguns casos, se o pedido for feito por médicos e for aprovado na Justiça.