Geral

Após fechar contrato, capixaba é chamado de "trouxa" por atendente de empresa de telefonia

Por mensagem de texto, o vendedor desdenha do problema e além de chamar o consumidor de pão-duro, até canta, como se estivesse debochando da situação

Após fechar contrato, capixaba é chamado de "trouxa" por atendente de empresa de telefonia
O consumidor entrou em contato com o funcionário por meio de mensagens de texto  Foto: TV Vitória

Um morador de Vila Velha precisou acionar os órgãos de defesa ao consumidor após contratar serviços de telefonia. Fabiano Von Seehausen fechou um pacote com os serviços de internet, telefone e TV por assinatura por um valor considerado vantajoso para ele. 

Com a mãe idosa e acamada, o serviço é importante para garantir conforto à ela. Ao fechar o pacote, o vendedor forneceu um número de celular particular, caso Fabiano precisasse de alguma ajuda, e garantiu que o valor seria debitado automaticamente na conta do cliente. 

Porém, no mês seguinte, o valor ainda não havia sido debitado e Fabiano não conseguiu contato com o vendedor. Durante esse tempo, outras faturas chegaram, com valores acima do combinado.

Os contatos pelo celular se estenderam por dois meses, até que no dia 30 de maio, o cliente exigiu uma solução e foi chamado de “trouxa” pelo atendente. 

“Então, se o senhor achou ruim, pega essa gravação e vai atrás dos seus direitos, porque é cada um com seus problemas. É o seguinte, vai pagar mais, trouxa”, disse o funcionário por meio de áudio enviado por aplicativos de conversas.

Por mensagem de texto, o vendedor desdenha do problema e além de chamar Fabiano de pão-duro, ele até canta, como se estivesse debochando da situação. 

No início de julho, o caso piorou. Fabiano recebeu uma carta informando que havia três faturas em atraso. Além dos valores acima do combinado e do tratamento recebido por parte do vendedor, o contratante do serviço teve a confirmação de que o débito automático solicitado no início, não foi realizado. 

“Eu me senti muito para baixo, cheguei até a chorar de raiva, porque me senti totalmente inútil, simplesmente por causa do erro de um vendedor”, desabafa o consumidor. 

Segundo o Gerente do Procon de Vitória, Carlos Magno Pimentel, os problemas com valores acima do combinado podem ser resolvidos por meio de um acordo com a empresa, que pode ser fechado com a ajuda do órgão de proteção ao consumidor. Já as ofensas que o cliente sofreu, devem ser levadas à Justiça. 

“Sempre que o consumidor, de alguma forma, se sentir lesado, tanto sentimentalmente, quando moralmente, deve postular indenização por dano moral. Nesse caso específico, ele deve postular em face à empresa. Futuramente, se empresa for condenada, cobrará em regresso do funcionário que realmente causou o dano, explica Carlos. 

Segundo Fabiano, diariamente ele recebe telefonemas de cobrança e, de acordo com uma funcionária da empresa, foi constatado um problema no atendimento e a próxima conta estará zerada, como bônus. 

No entanto, a oferta não foi o suficiente para Fabiano, que pretende procurar a Justiça após se sentir ofendido. 

“Vamos ver se eles vão cumprir com a palavra. Estou esperando a conta do próximo mês para verificar se realmente vão fazer”, conclui Fabiano. 

Em nota, a GVT informou que entrou em contato com o cliente para prestar todos os esclarecimentos necessários, e que preza pela excelência e qualidade dos serviços. A empresa ainda diz que investe fortemente em infraestrutura de ponta e treinamento pessoal com foco na qualificação e bom desempenho dos consultores de atendimento.