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Um vídeo mostrando o processo de preparação do corpo do cantor Cristiano Araújo, que morreu em um acidente na última quarta-feira (24),revoltou diversos fãs nas redes sociais.
Em uma das fotos, o cantor aparece com hematomas no rosto, e em outra está com o terno que vestia quando foi sepultado. No vídeo, é mostrado o corpo do cantor dentro de um laboratório em uma funerária.
No Espírito Santo, o caso abriu precedente e poder virar questão jurídica. Pelo menos é o que garante Nilson Batista Gonçalves, presidente do Sindicato Patronal das Empresas Funerárias do Espírito Santo.
Segundo ele, atualmente não existe um código que regulamente o comportamento dos agentes funerários durante procedimentos. A escolha de fotografar ou não um cadáver, depende do bom senso do funcionário.
“Eu vi esse caso do cantor. É uma falta de ética absurda. Um desrespeito com familiares, amigos e fãs. Espero que a Justiça condene legalmente os envolvidos e que sirva de lição para o resto do Brasil. Logo após toda essa repercussão, o nosso jurídico nos orientou a criar um documento para que os funcionários assinem se comprometendo a não fotografar ou divulgar imagens de corpos dentro da funerária”, afirmou. Segundo Batista, a questão será discutida com a categoria no próximo mês, quando acontece uma reunião entre os sindicalizados.
De acordo com Batista, o procedimento feito no cantor e filmado pelos agentes funerários é conhecido como tanatopraxia ou embalsamamento de corpos. Batista usou de sua experiência na área e afirmou que o Departamento Médico Legal (DML) provavelmente não teve envolvimento no caso. “Geralmente, as funerárias possuem um laboratório. É tudo certificado e autorizado. Pelo que vi nas filmagens eles estavam preparando o corpo para conservação. O embalsamamento é isso. Um procedimento de retirada dos fluídos do corpo para que ele suporte mais tempo no velório. O DML faz a autópsia e entrega o corpo para a família. São os familiares que contatam a funerária”, explicou.
Lei condena ato
De acordo com a advogada Bruna Alves, se identificados, os funcionários podem responder criminalmente. “Se eles foram identificados com certeza serão punidos. A lei é claro sobre vilipendiar cadáver, ou seja, desrespeitar o corpo. Eles podem pegar uma pena que varia de um a três anos de prisão”, contou.
Segundo a advogada, a investigação ficará por conta da Polícia Civil, que deve abrir inquérito sobre o caso. “Esse tipo de crime é investigado pela Polícia Civil. Se a empresa tiver algum documento assinado pelos funcionários que os responsabilizem sobre os atos, a empresa sofrerá uma ação cível, ficando livre da ação criminal”, disse.