Uma área localizada ao lado das obras do Cais das Artes, na Enseada do Suá, em Vitória, poderá servir como espaço para a construção de uma praça com quadra poliesportiva, playground, área de alimentação com quiosques, mirante e até cinema ao ar livre.
A área, que fica entre a Rua Roseni Borges Alvarado e a Baía de Vitória, pertence ao Governo do Estado e, a princípio, está destinada para servir como um dos estacionamentos para o Cais das Artes – cujas obras estão paralisadas e que ainda não tem data para ser inaugurado.
A ideia de construir uma praça no local partiu da Associação de Moradores, Empresários e Investidores da Enseada do Suá (Amei-ES). O diretor da associação, Eduardo Borges, ressaltou que a proposta é valorizar o local. “É uma área que possui altíssimo valor paisagístico, turístico e cultural, e é um dos pontos mais nobres do Estado. Entendemos que caberia a esse local uma praça de lazer à comunidade e elementos de contemplação da paisagem”.
Borges destacou ainda que a construção de um estacionamento no local interromperia uma faixa de praças que se inicia na Praça dos Namorados, na Praia do Canto, e segue até a Praça do Papa, na Enseada do Suá. “Ou seja, o local clama por continuidade, por equipamentos de lazer e paisagístico e caminhadas de pedestres”, frisou.
Caso seja utilizada como estacionamento, a área atenderá a cerca de 25% da demanda de vagas de garagem em dias de eventos de grande porte no Cais das Artes. Segundo o diretor da Amei-ES, nas demais ocasiões, o local ficaria sem utilização.
“É importante ressaltar que não é a única área destinada a estacionamento do Cais das Artes. Haveria outros locais para isso. Portanto, acreditamos que é melhor não ter 25% das vagas de carro projetadas para eventos de grande porte, que não devem ocorrer nem quatro vezes por ano no Cais das Artes, do que perder esse espaço fantástico para turismo e para a comunidade nos 365 dias do ano”, argumentou.
“Além disso, o Estudo de Impacto de Vizinhança foi feito há mais de dez anos atrás, quando as pessoas ainda não usavam smartphones e, portanto, não havia aplicativos de transportes, patinetes elétricos, entre outros recursos que hoje as pessoas usam para se locomover. Além disso, nas maiores cidades do mundo, os espetáculos artísticos, culturais e teatrais realizados em área urbana não oferecem fartura de vagas de garagem. Pelo contrário, os espectadores já adotam outros modos de deslocamento”, completou Borges.
Projeto
Para a elaboração do projeto, foi montado um grupo de trabalho entre os membros da associação e a comunidade local, no qual foram debatidas várias propostas de utilização da área. Em seguida, foi firmada uma parceria com um escritório de arquitetura, que ficou responsável pela elaboração final do projeto, a partir das diretrizes definidas durante as discussões.
“Nas diretrizes, foram pensados em equipamentos que proporcionassem lazer familiar, serviços alimentícios de baixo impacto e pequenos elementos de incentivo artístico-cultural, que se comunicasse com o grandioso projeto vizinho, o Cais das Artes”, explicou Eduardo Borges.
Sobre o equipamento ligado à cultura, o diretor da Amei-ES disse que a ideia foi fazer um cinema ao ar livre, no qual filmes seriam projetado no paredão lateral do próprio Cais das Artes.
Finalizado o projeto, o mesmo foi apresentado e protocolado tanto no Governo do Estado – por meio da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) e do Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) – como na Prefeitura de Vitória – por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec).
Eduardo Borges acredita que o projeto será bem recebido pelos dois órgãos e que a ideia sairá do papel. “O pedido da comunidade é embasado em muitos fatores de alta relevância, tecnicamente, turisticamente e socialmente justificáveis, enquanto o estacionamento tem baixa força justificativa”, afirmou o diretor da associação.
Por meio de nota, o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) informou que, na semana passada, foi realizada uma reunião entre os representantes da Amei-ES e o diretor geral do Iopes, Luiz César Maretto, na qual foi apresentado o projeto da praça.
Ainda segundo o instituto, a Amei-ES também fez outra reunião com representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano de Vitória (Sedec) para expor suas sugestões e indicações e estão aguardando a resposta formal da Prefeitura.
O Iopes ressaltou ainda que está aberto ao diálogo com a comunidade, mas que depende do PDM autorizar ou não a necessidade de vagas de estacionamento no espaço, para, em seguida, dar prosseguimento aos procedimentos para licitar um projeto de praça para o local.
Já a Prefeitura de Vitória informou que as sugestões são sempre bem-vindas e que essa, assim como todas, também será avaliada pelo município.