Há exatamente um ano, a professora Denise Queiroz, de 49 anos, foi morta durante um assalto a uma linha de ônibus intermunicipal, que fazia o trajeto Vila Velha – Guarapari. A professora – que lecionava em uma escola de Vila Velha – deixou três filhos, marido, alunos e colegas de profissão.
Na ocasião do crime, o ônibus seguia pelo bairro Ponta da Fruta, em Vila Velha, em direção a Guarapari quando dois homens armados anunciaram o assalto. Um guarda municipal de Vila Velha, que seguia no coletivo teve a arma roubada.
Um policial militar, também estava embarcado, reagiu ao assalto e disparou contra o suspeito. Na troca de tiros, duas pessoas morreram e três ficaram feridas. A outra vítima morta foi Anizio Gomes da Silva, de 62 anos. Ele foi atingido por quatro disparos no peito, não resistiu aos ferimentos e morreu. O policial militar foi um dos feridos, com um tiro de raspão na barriga.
Os assaltantes foram identificados como Sirley de Jesus Nascimento, de 34 anos, e Luiz Thiago Mascarenhas de Jesus, de 29 anos. Um outro suspeito de participar no crime foi identificado como Diego da Costa Xavier. Diego foi acusado por receptar os aparelhos celulares roubados no assalto. Sirley e Luiz Thiago foram presos e autuados por latrocínio. Diego chegou a ser preso, mas teve a prisão preventiva revogado pela justiça e foi liberado.
Em entrevista a reportagem do Folha Vitória, o marido de Denise, Walter Bezerra Junior, disse que enxerga muita facilidade para a prática de crimes no Brasil. Ele criticou o fato de o suspeito de receptar os aparelhos celulares ter sido solto. “Se não houvesse o produto do roubo, não haveria o roubo. Isso, de certa forma, incentiva os crimes de assalto”, disse Walter.
A família de Denise tem um advogado que acompanha o processo judicial e sempre comparece às audiências. Uma nova audiência acontecerá no dia 05 de dezembro. Os resultados dos exames de balística, que comprovarão de onde vieram os tiros que atingiram Denise, Anizio e os outros feridos, serão apresentados na audiência.
Sobre a saudade que sente da esposa, Walter disse que gosta de falar sobre ela. “É uma forma de estar ligado a ela, que era uma referência como mãe e profissional”. A filha mais velha de Denise – que atuava como estagiária na mesma escola em que a mãe trabalhava – trocou de escola, mas continua na área. Os filhos mais novos estão hoje com 12 e 14 anos.