As marcas de uma imprudência permanecem no corpo da enfermeira Bruna Braga. Ela foi atropelada por um taxista embriagado há um mês na Avenida Getúlio Vargas, via movimentada do centro de Vitória.
A equipe da TV Vitória/Record TV conversou com a vítima, que relatou os traumas provocados pelo incidente. De acordo com a apuração, ela estava de moto quando o motorista esbarrou nela, fazendo com que ela se desequilibrasse e batesse em um poste, sendo então arremessada contra uma parede.
“Naquele momento pensei que iria perder o movimento das pernas. Fiquei com muito medo”, revelou a enfermeira.
Imagens gravadas por uma câmera de videomonitoramento instalada em um prédio da região mostram quando o taxista vira em uma rua, logo após o acidente. Testemunhas foram quem anotaram a placa do automóvel e acionaram a polícia. A enfermeira machucou o pé e ficou com várias lesões graves pelo corpo.
Lesões graves
Bruna sofreu um hemopneumotórax, lesão que provoca o acúmulo de líquido e ar nos pulmões. “Foi bem sério. Se eu não tivesse feito um dreno de tórax imediatamente eu teria que ser entubada à noite, pois iria parar de respirar”, relata a vítima. Além do trauma na região torácica, ela ainda teve seis costelas quebradas e múltiplas fraturas, sendo uma na base da coluna. Um músculo vasto lateral, localizado na região da coxa, também sofreu uma ruptura.
“Muitas pessoas foram chegando, tentando me acalmar. Pediram para eu não me virar, pois o socorro já estava vindo. Me ajudaram bastante naquele momento”, disse ela sobre os momentos posteriores ao acidente.
Adepta à prática de esportes, hoje a mulher passa o dia de repouso e sob efeito de medicamentos para tratar os hematomas e ferimentos internos. Os tratamentos, inclusive, são bancados pela própria família. “Vou ficar afastada até o final do ano. Estou encostada pelo INSS até metade de dezembro, que é a previsão (para ser liberada). É um desfalque que a gente faz para equipe e uma preocupação com o emprego. Querendo ou não, em quatro meses a gente precisa ser substituído. E quando voltar, vai ter ainda vaga para mim?”, afirmou.
Imprudência
De acordo com o boletim de ocorrência registrado no dia do ocorrido, o taxista acusado de provocar o acidente, identificado como Valter Oliveira Teixeira Gomes, contou aos policiais ter ingerido doze latas de cerveja junto com amigos antes de conduzir o automóvel. No local, porém, o indivíduo se recusou a fazer o teste do bafômetro e afirmou não ter feito uso de bebida alcoólica, como flagrou a reportagem da TV Vitória/Record TV.
O rapaz ainda alegou aos policiais ter permanecido no local e prestado socorro à vítima. Nas imagens gravadas pelas câmeras, porém, mostram o contrário. É possível ver o estado debilitado do sujeito, aparentemente sem condições de prestar qualquer socorro. O táxi ficou com a porta amassada e a moto teve perda total.
“As pessoas não se importam muito com a lei. Elas não acreditam que vai acontecer um dia com elas. Se acontecer somente com elas, estariam colocando em risco a própria vida. Mas elas têm que entender que o risco não é só para a vida delas, e sim para a de todo mundo que está na rua e no trânsito”, desabafou Bruna.
* As informações são da equipe da TV Vitória/Record TV