Não há como negar que a tecnologia é uma parte integrante do mundo atual e do futuro do mercado de trabalho. Antes vista com desconfiança, a utilização da tecnologia na sala de aula é considerada essencial para desenvolver habilidades fundamentais para o século XXI.
Os alunos conseguem desenvolver habilidades como resolução de problemas, colaboração, comunicação e alfabetização digital. Elas são fundamentais para que eles se tornem cidadãos bem preparados para o mundo atual.
A tecnologia deve ser usada como uma ferramenta para complementar o ensino, ajudando a enriquecer a experiência de aprendizagem e aprimorar o trabalho do professor.
Para caminhar lado a lado com o avanço tecnológico e introduzi-lo em sala de aula, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Edna de Mattos Siqueira Gaudio, em Bento Ferreira, Vitória, oferece aulas de robótica.
Os alunos utilizam tablets e computadores, e a criatividade toma conta do ambiente.
Juntas, as estudantes Ramayana Nascimento e Michelly Oliveira, do 8º e 7º anos respectivamente, já desenvolveram projetos durante a aula.
“A gente está criando um cenário, simulando personagens, colocando cor e sons. Estamos mesmo simulando um cenário real. Eu gosto muito de fazer essas coisas diferentes”, conta Ramayana.
Também aluno e frequentador da aula de robótica, Pedro Henrique de Oliveira, do 6º ano, produziu um dado digital que funciona de forma inteligente.
“É o ‘dado inteligente’. A ideia foi fazer um dado que você não vai precisar jogar. Ele vai acendendo automaticamente, o tempo conta e ele vai sortear um número. Depois apaga e sorteia de novo”, detalha o aluno.
Melhora no desenvolvimento
As aulas de robótica fazem parte do programa Conecta Vix, realizado pela Prefeitura de Vitória e atendem ao todo cinco escolas no município.
O programa teve um investimento de aproximadamente R$ 70 milhões em tecnologia desde 2022, sendo 4.735 notebooks com internet para profissionais da educação; 3 mil novos computadores de mesa para as escolas; 29 mil tablets com internet para os alunos; e 55 plataformas Tix Letramento para atendimento aos estudantes da Educação Especial.
O intuito foi trazer para sala de aula mais recursos. Com tablets e computadores à disposição dos alunos e professores, o ensino e a aprendizagem ficaram melhores.
Professora da turma de robótica, Graciella Alessandra Schuwartz afirma que é preciso mudar o entendimento de que a tecnologia é só para se divertir.
“É importante trazer a tecnologia para os nossos jovens, adolescentes e crianças. Eles acham que a tecnologia é para brincar, se divertir. É também para isso, mas a gente precisa trazer a tecnologia para o conhecimento. Quando você traz isso para dentro de uma sala de robótica, eles começam a perceber que podem usar a tecnologia para aprender outras coisas e não só se divertir e jogar”, afirma.
O projeto surge do desejo da atual gestão de expandir o uso da tecnologia para todos os estudantes da rede municipal.
“Trouxemos 29 mil tablets para as nossas crianças a partir dos 5 anos. Tínhamos computadores ainda de 2012 e isso faz com que a tecnologia não consiga rodar na qualidade que faz sentido para essa geração. Tivemos também investimento nos notebooks para os professores, também com internet. Com isso, conseguimos uma educação mais inovadora, mais conectada”, ressalta a secretária de Educação do município, Juliana Rohsner.
Para os professores, a oferta de computadores para os profissionais da educação que atuam nas salas de aulas melhorou a qualidade do ensino.
“Ter um notebook para você usar, facilita o trabalho. Isso porque você tem em suas mãos um computador onde pode pesquisar aquilo que precisa para trabalhar dentro de sala de aula”, destaca a professora Graciella.
Além de melhorar a aprendizagem dos estudantes, os recursos tecnológicos oferecidos pela prefeitura também despertam o interesse dos alunos, exemplo disso é a adesão nas aulas de robótica, que são optativas.
“Eu acho bem interessante porque estimula o nosso aprendizado. É uma coisa nova, diferente, e que, dependendo, pode nos levar muito além do que imaginamos”, destaca a aluna Michelly.