Geral

Aulas online, ajuda da família: como as crianças têm estudado durante a quarentena

Escolas procuram passar o conteúdo do ano letivo por meio de aulas onlines. Familiares também têm dedicado parte de seu tempo para ajudar no estudo

Foto: Reprodução
Lorenzo tem tido aulas online todos os dias e conta com a ajuda do pai, Ricardo Cavati

Com a suspensão das aulas, provocada pela pandemia do novo coronavírus, um dos desafios dos estudantes na quarentena tem sido estudar em casa. Com as orientações da escola e a ajuda da família, a criançada tem se adaptado às novas formas de aprender.

O menino Lorenzo Kuster Cavati, de 6 anos, é um dos que, com a disseminação da covid-19, passou a estudar em casa, na Praia da Costa, em Vila Velha. Todos os dias, ele assiste às aulas transmitidas ao vivo pelas professoras da turminha dele pela internet. Para isso, ele veste até o uniforme da escola, para sentir que está realmente em aula.

O pai dele, o engenheiro Ricardo Cavati, que está trabalhando em casa, em regime de home office, acompanha de perto os estudos do filho. “A gente destaca que a aula online tem sido muito produtiva e o grande desafio é manter o aluno focado em frente à tela de um computador ao longo de uma tarde de estudo ou, para outras turmas, ao longo de uma manhã”, ressaltou.

Lorenzo é aluno de um colégio particular do município. Apesar da quarentena, não tem moleza não: a criançada do ensino fundamental 1 tem tido, diariamente, quatro aulas de 40 minutos cada uma.

“Nada de aulas gravadas. São aulas interativas, dinâmicas, onde os professores trabalham com os conteúdos, inclusive, que foram traçados para o planejamento anual de 2020, que estão sendo seguidos à risca”, destacou a coordenadora pedagógica do ensino fundamental 1 da escola, Mara Darós.

Os pais também têm encontros virtuais com os professores. Durante essas reuniões, eles recebem orientações sobre como ajudar os filhos durante as aulas, além de informações sobre o desempenho.

“A gente vai mediando os processos que a gente precisa, seja a questão de orientar as famílias nos desafios que elas estão percebendo em casa, seja esse apoio que a gente precisa dar em relação às intervenções corretas dentro de cada estágio”, frisou a orientadora do ensino fundamental 1, Nádia Marchezi.

“Esse feedback de mão dupla tem sido formidável para a gente ter a sensação de como a escola — os tios e as tias — tem tido o trato com o aluno — o Lorenzo, no caso — e a gente poder reportar aos professores nossas dificuldades e alguns pontos de melhoria”, destacou Ricardo Cavati.

Aulas com a avó

Mas e quando o pai e a mãe não têm tanto tempo disponível para ajudar? O estudante Pedro Castello, de 6 anos, passou a fazer as atividades da escola com a avó, que mora no mesmo prédio, no andar de cima, no bairro Ilha dos Aires, em Vila Velha. Dona Maria Regina fica atenta a cada letra e a cada palavra do neto, que está aprendendo a ler.

Foto: Reprodução
Pedro tem tido a ajuda diária da avó, Maria Regina, que mora no mesmo prédio que ele

Para a mãe de Pedro, a analista de importações Mônica Castello, essa ajuda é fundamental, já que, mesmo trabalhando de casa, ela não consegue dar a atenção que gostaria para os dois filhos.

“Com a rotina de trabalho, mesmo estando em casa, é muito puxado. E eu não estou tendo tempo mesmo para poder explicar a matéria para ele, acompanhar o que está sendo passado pela escola. Com ela (a filha), como ela é mais velha, a gente meio que deixa fazer sozinho, mas com ele está sendo complicado. Eu tive que pedir um auxílio”, afirmou.

A filha mais velha, Ahava, de 12 anos, diz que está se virando sozinha nos estudos em casa. Ela conta que, no começo, foi bem difícil, mas depois a menina passou a tirar notas melhores nas provas do que no ano passado.

“Eu me superei. Ano passado, se eu tirava nota ruim, este ano eu estou tirando acima da média. Se a prova vale 15, eu estou tirando 11”, conta.

Mônica não esconde que fica preocupada com o aprendizado dos filhos longe da sala de aula. No entanto, ela reconhece que o momento é de se recolher em casa e proteger a família do novo coronavírus.

“As escolas não têm como passar todo o conteúdo que eles estudariam em aula para as crianças aprenderem em casa. Então eu acho que eles estão enxugando o conteúdo para passar realmente o que é básico, o que é necessário para aquele ano. E, no ano seguinte, o professor vai poder pincelar com mais atenção, mais cuidado, fazer os reforços necessários. Mas agora é necessário ficar em casa para proteção de todos”, ressaltou.

Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV