Geral

Autoridades e profissionais da saúde defendem as medidas mais restritivas adotadas no ES

Toda população precisa seguir com os protocolos de segurança já recomendados, caso contrário a situação pode ficar ainda pior, diz a epidemiologista Ethel Maciel

Foto: Reprodução/ Agência Brasil/ Marcelo Camargo

Começa a valer a partir desta quinta-feira (18), o fechamento total do comércio e de serviços considerados não essenciais. A medida faz parte do novo pacote de restrições para conter o avanço do novo coronavírus no Espírito Santo. Apesar de não ter sido bem vista por comerciantes e por parte da população, a adoção de regras mais rígidas, segundo especialistas, protege a sociedade de cenários ainda mais preocupantes.

Durante os 14 dias de fechamento total do comércio, serviços classificados como essenciais poderão funcionar, entre eles: farmácias e supermercados. Já as lojas, bares, restaurantes não poderão abrir.

As novas restrições, em sua maioria, são voltadas para o comércio. Mas para que o objetivo seja alcançado, a doutora em Epidemiologia, Ethel Maciel, afirma que toda a população precisa seguir com os protocolos de segurança já recomendados, caso contrário, o cenário pode ficar ainda mais grave.

“O Brasil hoje representa um ameaça global, nós estamos sendo vistos pelos países no exterior como uma ameaça. Porque quando a gente tem essa circulação muito acelerada do vírus, a gente dá a ele a chance de fazer mutações e a nossa preocupação agora é que a gente não tenha outras mutações que sejam piores para nós”, explicou.

Com a adoção de medidas mais restritivas, a secretaria estadual de Saúde espera reduzir ao máximo a pressão dentro dos hospitais. O secretário, Nésio Fernandes, afirma que o foco é romper interações sociais e conter recursos hospitalares.

“Nós iremos conseguir, nestes 14 dias, interromper as interações sociais entre as pessoas e em especial das pessoas contaminadas com as formas assintomáticas. Um outro objetivo é garantir que os recursos hospitalares que hoje são destinados a atender pessoas com outras doenças, poderão ser utilizados para atender pacientes com covid-19”, disse.

Ainda de acordo com o secretário, o esforço deve ser feito de maneira coletiva. “Não haverá leitos para todos. Você pode ter dinheiro para comprar um hospital inteiro. Não haverá leito para todos se não houver unidade social e coesão de todos”, reiterou.

Reduzir os prejuízos na economia

Além do forte impacto na saúde, o não cumprimento das regras pode acarretar uma série de novos prejuízos para os segmentos considerados não essenciais. A recomendação da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) é que estes micro e pequenos empreendedores sigam as medidas para que o retorno das atividades aconteça de forma breve.

“Quem puder fazer trabalho remoto e colocar a equipe em home [office], por favor, faça isso imediatamente para que nos próximos 14 dias a gente possa gradualmente retomar as atividades”, disse a presidente da Findes, Christiane Samorini.

As prefeituras da Grande Vitória disseram estar prontas para que os municípios cumpram as medidas indicadas pelo governo do Estado. Em Vila Velha, a prefeitura vai montar uma força-tarefa nos fins de semana.

“Iniciamos uma barreira sanitária itinerante, principalmente na chegada ao território de Vila Velha, e no final de semana a gente tem uma comissão específica que foca em eventos ilegais”, disse o secretário de Defesa Social e Trânsito de Vila Velha, Geovanio Ribeiro.

Durante o período de fechamento, a prefeitura da Serra vai promover ações em conjunto com Guarda Civil, Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Em Vitória, a frota de ônibus municipais, conhecidos como “verdinhos’, terá aumento na oferta de coletivos em oito linhas e ainda serão realizadas fiscalizações a fim de verificar se o decreto estadual está sendo cumprido.

Viana também vai trabalhar com a criação de barreiras sanitárias. Na cidade, comércios e coletivos serão constantemente monitorados por equipes da prefeitura.

A equipe de jornalismo da TV Vitória entrou em contato com a secretaria de Governo para saber das medidas educativas e ações de fiscalização que devem ser adotadas durante o período restritivo, mas até o momento a pasta não respondeu. Assim que recebermos a resposta, a reportagem será atualizada.

* Com informações da repórter Ana Carolina Monteiro, da TV Vitória/Record TV.