As obras para a retirada da barragem do Rio Pequeno, em Linhares, seguem para a segunda etapa. Os trabalhos começaram no início do mês e a previsão é a de que em janeiro de 2020 o bloqueio não esteja mais lá. A Fundação Renova cumpre uma determinação judicial.
Para remover a barragem são necessárias duas fases de obra, de acordo com a Renova. A primeira foi a construção de um ensecadeira, que é um tipo de bloqueio menor e provisório. Essa parte do serviço começou em outubro e já terminou. A estrutura é necessária para que a segunda etapa do serviço, que já começou, fosse concluída: a retirada total do barramento.
O trabalho começou na última terça-feira (3) e deve durar 30 dias, segundo a Fundação. A empresa é a responsável pela reparação dos danos causados pela Mineradora Samarco depois do rompimento da barragem de Mariana, MG, em 2015.
Determinação judicial
A obra de retirada da barragem do Rio Pequeno veio depois de uma decisão da justiça. A 12ª Vara Federal de Belo Horizonte, MG, que julga casos que envolvam a tragédia de Mariana, determinou a remoção do barramento depois de laudos de especialistas apontarem riscos de a estrutura se romper.
A barragem foi construída em 2015. Na época, uma decisão liminar, emitida logo após o rompimento da barragem de Fundão, determinou a construção do bloqueio no Rio Pequeno para impedir o contato das águas do Rio Doce, sujas de lama, com a Lagoa Juparanã. Era para ser temporário, mas o barramento permaneceu lá por força de uma sentença da justiça de Linhares, à época competente para o julgamento da ação, o que trouxe problemas.
Com a barragem, a Juparanã encheu por causa das chuvas. A água excedente não tinha para onde ir porque o único escape da lagoa é, justamente, o Rio Pequeno, que estava bloqueado. Por conta da cheia, casas em Patrimônio da Lagoa, no interior de Sooretama, de áreas baixas de Linhares e fazendas inteiras foram engolidas pela água.
O estudo, feito neste ano por duas empresas especializadas, mostrou que a cheia prejudicava a resistência da barragem. Em caso de rompimento da estrutura, casas ribeirinhas poderiam ser atingidas.
Ribeirinhos
Por causa das obras e outras intervenções na barragem, moradores ribeirinhos tiveram de deixar as casas. A Fundação Renova informou que, das 33 famílias que residiam na Avenida Beira Rio, 5 permanecem lá, mesmo com a recomendação para sair, e 28 estão em moradias provisórias. Tudo custeado pela Renova.