Um bebê de apenas 4 meses de vida passou mal após ingerir, durante um dia inteiro, um remédio para tratamento de piolhos. A mãe da criança, Lídia Santos da Silva, alega que recebeu a medicação errada no momento em que foi buscá-la em um posto de saúde de Vila Velha.
A mulher conta que procurou a unidade de Pronto Atendimento da Glória, em Vila Velha, para buscar atendimento médico para a filha. A médica que a atendeu receitou um medicamento recomendado para o tratamento de inflamações bucais.
A mãe da criança conta que foi até o posto de saúde de Santa Rita, também em Vila Velha, para buscar o remédio. No entanto, segundo Lídia, ela acabou recebendo a medicação errada por parte de uma atendente da unidade.
“Estive no posto de Santa Rita com a receita pegar remédio certo. Chegando lá, era o remédio nistatina e eles me entregaram permetrina, que é de piolho. Não sabia porque não vem com bula e nem na caixinha, só vem solto”, contou a mãe.
As embalagens dos dois remédios possuem o mesmo tamanho e a mesma cor de rótulo, o que pode ter feito com que a funcionária trocasse a medicação. A mãe só percebeu o problema porque a filha apresentou vermelhidão e sonolência. Desconfiada, ela procurou uma farmácia perto de casa e tirou a dúvida.
“Fui aplicando o remédio na boca dela, como a médica havia pedido na receita, mas aí vi que ela estava muito empolada e vermelha. Quando deu o horário de dar novamente, percebi que tinha um cheiro muito estranho, o gosto estava ruim, aí procurei uma farmácia e vi que na caixa estava escrito que é remédio para tratar piolhos”, afirmou Lídia.
Os pais da criança registraram um boletim de ocorrência na delegacia. De acordo com Lídia, a filha ingeriu mais da metade do frasco do remédio. Segundo ela, a decisão de procurar a Justiça e denunciar o caso, é para evitar que novos erros aconteçam com outras crianças.
O que a prefeitura diz?
Por meio de nota, a prefeitura de Vila Velha afirmou que, em conversa com a farmacêutica da unidade de saúde, foi informada que o erro realmente aconteceu e foi dispensado medicamento diferente do que prescrito, conforme informações acima.
A prefeitura destacou que as embalagens dos medicamentos são idênticas, o que dificulta a liberação do mesmo e, por estarem próximos, ocasionaram a confusão. Além disso, o órgão esclareceu que entrará em contato com a indústria para avaliar a possibilidade de modificação da embalagem e que a farmacêutica fez uma reorganização da farmácia para evitar novos erros em relação `às embalagens.
A funcionária que dispensou o medicamento foi advertida e a questão foi solucionada com a farmacêutica quando a mãe da criança voltou à unidade de saúde.
“Informamos que todos os funcionários que trabalham nas farmácias das unidades de saúde são treinados para avaliar todas as embalagens no momento da dispensação, inclusive validade e características físicas, além do nome do medicamento. O medicamento foi entregue na embalagem original e lacrada e, em momento algum, entregue sem embalagem. As bulas também ficam disponíveis para a população nas farmácias, pois vem junto com os frascos. Esclarecemos que não há impedimento da vigilância para liberação do medicamento em embalagem primária, desde que possua todos os dados de lote, validade e nome do medicamento”, diz a nota.