Quem sofre de enxaqueca deve tomar alguns cuidados para evitar as temidas “crises”, caracterizadas por dores de cabeça intensas e latejantes, náuseas e intolerância à luminosidade e barulho. A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça que acomete com mais frequência mulheres entre 20 e 35 anos, principalmente no período pré-menstrual. Embora a medicina ainda não tenha encontrado a cura da enxaqueca, existem tratamentos eficazes para diminuir a intensidade e frequência das dores.
Álvaro Pentagna, neurologista do Hospital e Maternidade São Luiz, esclarece as principais dúvidas sobre a enxaqueca.
Quais são os sintomas mais comuns da enxaqueca?
De acordo com Pentagna, dor de cabeça latejante, geralmente em apenas um lado da cabeça, náusea e sensação de incômodo na presença de luz e barulho, são alguns dos sintomas.
O que pode ser feito para prevenir a enxaqueca?
Ter uma alimentação saudável rica em frutas, legumes e verduras, não consumir produtos industrializados, evitar a privação de sono, praticar atividade física regularmente e reduzir situações de estresse são alguns dos fatores que ajudam na prevenção da enxaqueca, recomenda o especialista.
Por que alguns alimentos costumam provocar enxaqueca?
Segundo o médico, ainda não se sabe como o alimento influencia no surgimento da enxaqueca.
— Como não sabemos se algum alimento pode causar a dor de cabeça, primeiro é necessário verificar se, de fato, a enxaqueca é provocada pelo consumo de algum alimento específico, para depois retirá-lo da dieta.
Quais os principais alimentos suspeitos de causar enxaqueca?
Os alimentos que causam a enxaqueca variam de pessoa para pessoa, mas os mais relatados são: embutidos, laticínios, chocolate, bebidas alcoólicas (principalmente vinho tinto) e com cafeína (café, chá preto e chá mate), e alimentos ricos em glutamato monossódico (presente na culinária oriental e em industrializado). Embora menos comum, os alimentos cítricos também podem desencadear a enxaqueca para algumas pessoas, explica o neurologista.
A enxaqueca acomete mais homens ou mulheres?
As mulheres são as que mais sofrem de enxaqueca, segundo o especialista.
— Os sintomas começam na adolescência, mas tendem a ser mais intensos entre os 20 e 35 anos. Outra particularidade da enxaqueca feminina é a presença de um padrão familiar, ou seja, mãe e filha apresentam os mesmos sintomas e restrições alimentares.
Existe alguma relação entre as alterações hormonais femininas e a alta incidência da enxaqueca em mulheres?
Pentagna afirma que as crises de enxaqueca costumam ser mais frequentes no período pré-menstrual.
— Acredita-se que queda da progesterona seja um dos fatores que podem provocar a enxaqueca antes da menstruação. Mulheres que sofrem de enxaqueca com aura (um dos tipos de encefaleia) devem tomar alguns cuidados pontuais. O uso de anticoncepcional oral não é recomendado e deve-se evitar o tabagismo, pois a enxaqueca com aura aumenta o risco de AVC no futuro.
A incidência da enxaqueca é a mesma durante a gestação e em mulheres na menopausa?
Durante a gravidez, o quadro de enxaqueca costuma melhorar ou, pelo menos, permanecer igual. Já na menopausa, as mulheres param de ter enxaqueca devido às alterações hormonais, explica.
O que fazer durante uma crise de enxaqueca?
O especialista recomenda ir para um local silencioso e escuro, e tomar o remédio para alívio da dor o quanto antes.
Quais são os tipos de tratamento?
De acordo com Pentagna, existem dois tipos de tratamento para a enxaqueca: um deles visa acabar com a dor pontualmente, ou seja, o medicamento (anti-inflamatírios e analgésicos) é usado sob demanda; enquanto o outro é de caráter preventivo, ou seja, o medicamento deve ser usado diariamente (com ou sem dor) a fim de evitar ou minimizar a intensidade do quadro.
— Neste caso os remédios prescritos costumam ser antidepressivos, anticonvulsivantes, anti-hipertensivo, antivertiginos entre outros.
Com informações do Portal R7