Representantes da Prefeitura de Vitória e da Polícia Militar vão se reunir, nesta terça-feira (04), para falar sobre os problemas com eventos clandestinos na capital. O encontro ocorrerá dias depois do desfile do bloco na Praia do Canto que gerou polêmica e confusão no último sábdo (3).
Testemunhas disseram, ainda, que durante o evento, havia ônibus extras para atender à grande demanda de pessoas. A equipe da Rede Vitória procurou a Ceturb para questionar se a festa era clandestina e qual o motivo de aumentar a frota. Mas até o momento do fechamento desta reportagem, não houve retorno.
Ruas tomadas por som alto e uso de drogas compuseram o cenário visto no fim de semana no Triângulo das Bermudas. O evento foi marcado pelas redes sociais e não possuía autorização da prefeitura. Donos e gerentes de bares fecharam as portas por medo.
De acordo com César Saad, presidente da Associação dos Comerciantes da Praia do Canto, a Guarda Municipal e a Polícia Militar sabiam do encontro clandestino e falharam na estratégia de segurança.
“Aconteceria esse evento clandestino, não autorizado pela prefeitura. E a prefeitura nos mostrou, junto com a Polícia Militar, uma estratégia para evitar que ele começasse. Porque, a partir do momento que começa, e o público que isso gera, tentar coibir é mais perigoso. Só que tanto a polícia, quanto a prefeitura, não dimensionaram o efetivo pra inibir o início do evento”, explica César Saad.
Prefeitura
O secretário de Segurança Urbana da capital, Fronzio Calheira, admite que descobriram com antecedência a organização do evento pela internet, e fizeram o que era possível. Mas, nesses casos, não dá para fazer uma estimativa de público. E cerca de dez mil pessoas estiveram presentes no bloco.
“Não recebemos qualquer tipo de pedido para autorização dessa aglomeração. E, apesar de não ser uma coisa formal, como nós soubemos que poderia acontecer, nos reunimos com a polícia militar e civil na quinta-feira passada. E com o representante dos moradores e comerciantes”, conta o secretário.
Durante a fiscalização da guarda, foram apreendidas nove caixas de som. Veículos foram notificados. E multas ambientais emitidas somam mais de R$ 130 mil. Além disso, dois suspeitos de tráfico foram presos e um menor armado, apreendido e conduzido à delegacia.
Com a continuação do fluxo de pessoas pela região, segundo o secretário, o efetivo da Guarda se concentrou no entorno do evento, acompanhando, mas sem se envolver diretamente devido ao grande risco de gerar um tumulto e pânico entre os participantes.
Carnaval
A Prefeitura de Vitória já autorizou a saída de 30 blocos para o Carnaval. De acordo com a Guarda Municipal, é muito difícil haver problemas nesses eventos. Isso porque uma estimativa mais correta de público permite melhor estratégia de segurança. E também devido ao fato de esses blocos sempre manterem uma agente responsável.
“A gente não tem tido, nos Carnavais de Vitória, um problema com blocos autorizados. Temos agora em torno de 30 blocos com autorização. Já aconteceu um agora, no último final de semana, sem problema algum. Então o autorizado tem, principalmente, essa questão da responsabilização”, afirma Fronzio Calheira.
No Carnaval de 2018, dois blocos não autorizados também se juntaram no Triângulo. Segundo a polícia, houve música alta, dança e uso de drogas e prejuízos. Muito lixo pelo chão, grama pisoteada e lojas pichadas.
Os empresários permanecem receosos, porque outro evento foi anunciado pelas redes sociais para o próximo sábado (08).
“Espero que tomem atitudes pra que realmente consigam coibir esse novo evento. Se falharem nisso, a gente vai estudar outras ações que podemos tomar pra garantir a segurança do bairro”, finaliza o presidente da Associação de Moradores e Comerciantes da Praia do Canto.
Com informações do repórter Laércio Campos, da TV Vitória/Record TV.