A discussão relativa à volta às aulas presenciais acelera ao ponto que a maioria das cidades avança nos planos de reabertura. Dessa forma, um debate pertinente passa a vir à tona: vale a pena o retorno das aulas presenciais faltando apenas três meses para o encerramento do ano letivo? Vale. Muito!
A quarentena isolou os pais e os filhos da escola, apesar da experiência on-line. Sendo assim, o distanciamento fragmentou uma relação cotidiana, que faz parte da vida de todos os estudantes.
O período em isolamento foi muito desafiador para todos. As escolas passaram por uma reinvenção da noite para o dia. Os pais tiveram que se adaptar a uma nova rotina, onde passaram a gastar boa parte do dia gerenciando a educação dos filhos. E os estudantes começaram a lidar, não só com um novo ambiente de aprendizado, mas com uma nova ordem social, onde praticamente passaram a se relacionar fisicamente apenas com os familiares.
Em algum momento a volta às aulas presenciais vai ocorrer. Será uma nova ruptura após tanto tempo em período de isolamento, mas para o bem de todos, é bom que ela seja gradual.
Em vista de todo o déficit de aprendizado provocado por esse sistema, o ideal é que possamos começar 2021 com a transição feita. Embora o curto espaço de tempo, ela ainda pode ser realizada neste último trimestre de 2020. Além disso, busca explorar quatro pontos fundamentais para um melhor retorno no próximo ano.
Os quatro pontos principais para a volta às aulas presenciais?
Confiança das famílias, alunos e colaboradores da escola
Um retorno sempre será um retorno, e com ele serão necessárias adaptações. Portanto, o ideal é que este fim de ano corrija essa situação.
Curva de aprendizado para aplicação de modelo híbrido de ensino
Ainda falando em testes e aproveitando a adaptação parcial ao modelo on-line, o fim do ano pode servir de testes para modelos híbridos, que poderão ser aplicados com mais segurança em 2021.
Reconexão professor/aluno
O trabalho do professor vai muito além da parte didática em um ambiente de ensino. O ganho e confiança do professor em relação ao aluno é crucial para acelerar a retomada.
Oportunidade de motivar aqueles alunos que ficaram mais desgastados pelo isolamento
Alguns alunos estão em estado mais crítico nesta pandemia devido ao isolamento. Postergar o retorno para 2021 pode fazer com que esses alunos fiquem mais cinco ou seis meses remotos. Isso poderá ter um impacto muito grande, não só no seu aprendizado, mas nas suas vidas.
É óbvio que questões de saúde pública se sobrepõem a questões educacionais, principalmente em momentos de calamidade. O objetivo deste artigo, no entanto, é apresentar os benefícios da volta às aulas presenciais em 2020 – desde que com segurança, é claro.
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Que discurso é esse!
Enquanto não houver garantias vamos continuar em isolamento!
Olha os casos: França, Itália e tantos outros!
Olá, Roberto Carlos. A ideia do texto é levantar o debate sobre um tema tão importante. Como bem frisei no texto, questões de saúde se sobrepõem a questões educacionais, principalmente em tempos de calamidade. Porém, desde que exista segurança para todos os envolvidos, vejo como importante o retorno das aulas presenciais ainda neste ano.
Quem escreveu não conhece a rotina de uma Escola Pública
Exatamente
Com segurança, o retorno gradual é importantíssimo sim. Tem muita gente aterrorizada por influenciadores mimizentos, mas embora a situação dessa pandemia seja inédita e grave, já está na hora do retorno gradual. Há segurança para isso. As consequências sociais, psicológicas e de aprendizado podem ser mais severas do que o próprio vírus ao se estender o isolamento radical.
A ideia do texto é justamente levantar um debate sobre o tema. Desde que com segurança para todos os envolvidos, a volta das aulas presenciais ainda neste ano é importante.
O retorno apenas será seguro com a vacina. Não se trata apenas do ambiente escolar, mas dos contatos no translado, da lotação nos transportes públicos.
Benefícios? Nenhum. Depois de tanto esforço para os alunos se habituarem às atividades on-line, corre-se o risco de confundi-los e ficar tudo mais desorganizado. O melhor é que alunos e professores continuem o estudo / trabalho remoto. Vivemos uma crise de saúde pública e, em primeiro lugar, devem vir as vidas.
Olá, Emílio. Como expus no texto, acredito que a volta às aulas presenciais em 2020, desde que com segurança para todos os envolvidos, tenha os seus benefícios. O intuito do texto é gerar um necessário debate acerca do assunto.
Basta uma decisão errada para que todas as medidas de isolamento tomadas até agora se tornem inúteis. Ainda estamos em plena pandemia!
Olá, Guilherme. Como disse no texto, questões de saúde pública se sobrepõem a questões educacionais, principalmente no atual momento. A minha defesa em relação ao retorno das aulas presenciais ainda este ano passa pela segurança de todos os envolvidos.
E de total falta de respeito essa matéria, com os pais de alunos. Primeiramente adequações já foram feitas e pode com certeza finalizar o ano letivo do jeito que está. O Governo não consegue sequer controlar Praias e Baile funk espalhadas na região metropolitana, quem dirá alunos, sem falar nos professores que estão dentro do quadro de pessoas que não podem retornar. Agora a conta e simples, Aluno não vai se cuidar e muito menos haverá pessoas para tomar conta dos mesmos, sendo assim o Virus vai se propagar e todo trabalho até hoje será em vão, porque escola vai ser fechada e sanções vai ocorreram.
Olá, Danilo. A ideia do texto é gerar um debate sobre um tema muito importante. Eu fui bem claro quando disse que questões de saúde pública se sobrepõem a questões educacionais, principalmente em momentos de calamidade. A minha defesa em torno da volta às aulas presenciais ainda neste ano passa por um cenário de segurança para todos os envolvidos.
Antes de mais nada, a opinião de todos para um debate é bastante válida, contudo não se trata apenas de mimimi. O empresário pensa no retorno e os benefícios do retorno das aulas presenciais, por motivos óbvios. Ele perde dinheiro a cada nnndia parado. Mesmo apresentando normas rígidas, protocolos seguros, estratégias de ministração das aulas. Tudo pensando em convergência para o estudante. Li os documentos criados pelo SINEPE e pelo governo do Estado. Nenhum dos dois prioriza o professor e os funcionários da escola. A enquete/consulta pública do Estado acerca do retorno a partir de outubro, chega a ser ridícula ao ponto de “normatizar” como tratar a morte de colegas de sala de aula, professores, profissionais da escola e familiares por essa doença pandêmica nesse retorno. O “textinho” bem escrito normaliza a vida, tipo assim, vocês vâo passar por esse momento de perda mesmo em uma fase da vida de todos, alguém morrer por essa doença ou por qualquer outra é mais que natural. Sendo professor de crianças do primeiro ao quinto ano, de adolescentes do sexto ano, de jovens e de adultos da Educação Profissional, sou e sempre a favor da vida. Caso queiram o retorno de forma “forçada” tanto Estado, prefeituras e iniciativa privada, que pensem seriamente em primeiro lugar no professor e profissionais da escola, depois nos estudantes. O curioso o rodízio dar prioridade aos alunos e não do professor. Estou estafado de tanto trabalhar remotamente, precisei no começa em abril vencer inimigos novos da tecnologia, me superei e dou o melhor de mim para meus adoráveis estudantes. O curioso de muitos que são a favor do retorno a qualquer custo , em sua maioria nunca pisaram num chão de escola para desempenhar nenhuma função do chão da escola. Eu praticando, a minha disciplina de Língua Portuguesa aqui. Vamos lá! O pronome indefinido no plural “alguns” citado pelo autor Murilo Carvalho, nos parece vazio dentro da construção apresentada: “Alguns alunos estão em estado mais crítico nesta pandemia devido ao isolamento”. Se são somente “alguns”, não há necessidade desse retorno. São somente alguns e não muitos alunos. A análise do discurso nos mostra incongruências. Curioso também, a invisibilidade ou esquecimento dado, não sei se foi de propósito da palavra “professor”. Isso pode ser entendido da seguinte forma. Existem tipos de esquecimento: segundo Michel Pêcheux (1975), em sua obra intitulada por “Semântica e Discurso”, traduzida por Orlandi e outros, podemos distinguir duas formas de esquecimento – Esquecimento 1 – também chamado de esquecimento ideológico, é da instância do inconsciente, resultante do modo pelo qual a ideologia nos afeta. O Esquecimento 2 – é da ordem da enunciação, já que ao falarmos dizemos de uma maneira e não de outra, estabelecemos, assim, verdadeiras relações parafrásticas as quais indicam que os dizeres sempre podem ser outros. Por fim, me parece ideológico e de sobremaneira inviável agora esse retorno forçado seja pelo Estado ou das escolas particulares.
Excelente texto! Pautado no bom senso, apresenta uma relevante discussão.
Agora, em 2021, fica ainda mais evidente o quão foi importante essa discussão proposta aqui.
Como profissional na área de Educação Escolar e mãe, afirmo que sim, os benefícios são visíveis, mas ainda levará algum tempo para tentarmos resgatar os danos causados nestas gerações de crianças e adolescentes. Refiro-me a questões que abrangem desde o emocional/relacional até o cognitivo.
De modo geral, não ainda que não estejamos no quadro ideal, mas sem dúvida alguma, crianças na escola, ainda que no ensino híbrido, já tem apresentado evidências dos seus benefícios.