O último artigo da série sobre bolsas de pós-graduação no exterior vai falar sobre a forma que os estudantes podem obter os principais documentos solicitados para inscrições dos processos seletivos internacionais.
Primeiro, tenha ciência de que todos os documentos solicitados devem estar em inglês, ou no idioma exigido pela universidade. Portanto, busque um tradutor juramentado ou alguma instituição credenciada, como a Education USA, por exemplo, para a tradução do histórico escolar e diplomas.
Apesar da inscrições dos processos seletivos serem on-line, os programas de pós-graduação no exterior também solicitam o envio dos documentos físicos ou a apresentação deles no ato da matrícula. Então é importante ficar atento aos prazos de envio dos documentos solicitados.
Todos os documentos são os mesmos solicitados em caso de concorrência a bolsas de estudos internacionais pelo governo brasileiro. A diferença, no entanto, é que quando a solicitação é feita de forma direta, as chances de acesso e de poder escolher a área de pesquisa de interesse aumentam.
É obrigado em todos os processos de seleção de pós-graduação no exterior a apresentação do histórico escolar e do diploma de graduação. No Canadá, no caso do doutorado, precisa-se mostrar o diploma de mestrado. Nos EUA, o doutorado direto é comum, sendo que o processo não difere do tradicional para quem já tem o mestrado. Ou seja, o mestrado não é exigido para aplicação para um doutorado.
Dessa forma, o departamento da universidade pode requerer que o envio dos documentos seja feito pela universidade brasileira pela qual o estudante graduou. O diploma pode ser uma cópia autenticada, mas o histórico escolar deve ser o documento original. Portanto, quando solicitado, os documentos acadêmicos devem ser entregues ao departamento de relações internacionais ou de graduação da sua universidade brasileira solicitando o envio.
GPA e GRE
Algumas universidades do Canadá solicitam apenas a média das notas escolares que estão disponível no histórico escolar do estudante. As universidades norte-americanas, entretanto, além do histórico escolar, também exigem o Grade Point Average (GPA), que nada mais é do que uma média de notas escolares que levam em consideração a carga horária de cada nota e a nota de cada disciplina. Existem ferramentas gratuitas na internet que faz esse cálculo de GPA.
O Graduate Record Examination (GRE) é outro documento que as universidades norte-americanas solicitam. Como foi dito no artigo passado da série, por causa da pandemia da COVID-19, algumas universidades não estão exigindo o GRE, o que facilita a inscrição. Há dois tipos de GRE: o geral e o específico. O departamento será o encarregado de decidir qual dos dois o estudante será submetido.
Para obter o GRE o estudante tem de passar por uma prova. A inscrição é realizada no site ets.org. Várias regiões do Brasil disponibilizam o teste. A prova tem duração total de quatro horas e é dividido em três etapas:
- Verbal reasoning: avalia a capacidade de entender e analisar frases e contextos;
- Quantitative reasoning: avalia a habilidade de resolver problemas utilizando álgebra, aritmética, geometria e análise de dados;
- Analytical writing: avalia o pensamento e análise crítica e disposição de argumentos diante de situações propostas em duas redações.
O teste de proficiência em inglês é outro documento mandatório. A maioria das universidades canadenses e norte-americanas aceita TOEFL ou IELTS. Assim como o GRE, a inscrição para as provas de proficiência são realizadas on-line, sendo que algumas regiões do Brasil disponibilizam o teste.
Caso o estudante não obtenha a nota mínima do TOEFL ou IELTS exigida pelo programa de pós-graduação no exterior, mas a nota ficou próxima, é indicado que ele envie a inscrição. Existem casos em que a universidade aceitou, mas pedindo que o estudante fizesse um curso de escrita ou gramática no campus da sua futura universidade.
Outros documentos exigidos
As universidades canadenses e norte-americanas geralmente solicitam o currículo (resume), declaração ou carta de interesse (statement of interest), e cartas de recomendação do meio acadêmico (letters of recommendation). Lembrando que as cartas devem ser escritas em inglês ou no idioma solicitado pela universidade.
Portanto, é importante que o estudante entre em contato com os seus professores e diga que eles foram indicados como referência. Dessa forma, as universidades para as quais o estudante está solicitando uma bolsa de pós-graduação no exterior vão entrar em contato com os professores solicitando a carta de recomendação.
A aprovação prévia do futuro orientador é uma solicitação que muitos processos seletivos de pós-graduação do exterior exigem, mas não é regra geral de todos os programas. Às vezes é muito difícil iniciar esse primeiro contato, mas vai aqui alguma dicas:
- Mande um e-mail para o orientador se descrevendo, a área de interesse, e deixando artigos publicados em conferências e jornais;
- Não envie um e-mail longo. Seja direto, pois os professores são ocupados e não têm tempo para ficar lendo e-mail;
- Use um e-mail de trabalho ou da universidade para não correr o risco de ter a sua mensagem classificada como spam;
- Contate os alunos que estão sendo orientados pelo professor de interesse. Se apresente e pergunte se o professor orientador ou algum outro da área está buscando por novos alunos. Eles podem te ajudar no primeiro contato. Eles podem ser encontrados no ResearchGate, GoogleScholar (digite o nome do professor e busque o perfil acadêmico), LinkedIn ou no site da universidade.
É importante ressaltar que as bolsas de estudos para doutorado são mais abundantes que as de mestrado. Isso porque é mais vantajoso para o professor orientador ter um aluno que possa se dedicar mais tempo à pesquisa, gerando mais publicações e resultados.
As oportunidades de doutorado quase sempre vêm agraciadas por bolsas de estudos, diferente das oportunidades de mestrado. Tudo vai depender do professor orientador, do departamento, e da universidade para qual o aluno está aplicando.
Enfim, para o estudante que tem o sonho de entrar em um programa de pós-graduação no exterior, basta ficar atento, porque há muitas vagas disponíveis para mestrado e doutorado abertas para alunos estrangeiros, principalmente nas área de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
*artigo escrito por Mariana Carvalho, graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ), e doutoranda em Engenharia Química pela University of Waterloo (Ontário, Canadá); e Michele Tacchi Brunoro, bacharel em Farmácia e mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e pesquisadora associada à Texas A&M University (Estados Unidos).
Bastante esclarecedor o artigo sobre Pós-graduação no exterior: saiba como obter os principais documentos exigidos pelas universidades.
Parabéns, Drª MicheleTachi Brunoro, pelo profissionalismo que seu sucesso se prolongue por toda sua vida.
Espero dar prosseguimento aos meus estudos no exterior e poder assim contribuir por uma qualidade de vida melhor para todos.
Olá tudo bem? 🙂
Amei seu conteúdo,muito bom mesmo!
Obrigada.