Cyberbullying: 6 sinais de que seu filho sofre na internet

Cyberbullying
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Desde quando crianças e adolescentes passaram a ter acesso livre à internet, a preocupação dos pais sempre foi: com quem eles estavam falando, sobre o que e quais conteúdos acessavam. Mas e quando o problema são as próprias crianças? O cyberbullying atinge quase 40% dos jovens brasileiros e as redes sociais são o maior palco disso.

O cyberbullying é uma extensão do bullying e é considerado o mais grave de todos os tipos. Afinal, é difícil de ser detectado, se dissemina rapidamente e é o que traz consequências mais graves para a vítima. Por isso, você precisa ficar atento aos sinais que o seu filho dá de que alguma coisa não está bem.

O problema maior desse tipo de bullying é que ele não acaba mesmo o agressor estando longe. Ou seja, ele continua por meio de mensagens, de telefonemas, de comentários ofensivos nas publicações. O agressor faz montagens de fotos, escreve comentários sexuais e faz de tudo para ridicularizar a vítima. 

Mas é importante lembrar que o bullying e o cyberbullying não são praticados apenas por colegas de aula e pessoas conhecidas. Seu filho pode ser zoado, com ares de crueldade, por pessoas desconhecidas, que têm prazer em fazer este tipo de coisa. Agora, como saber se meu filho está sofrendo com o cyberbullying?

7 tipos mais comuns de cyberbullying

Os tipos são inúmeros, mas selecionamos alguns que agridem diretamente crianças e adolescentes e são os mais vistos entre esse público:

  1. Ameaças e perseguições: os agressores se valem de vários aplicativos (e-mail e WhatsApp) para envio de mensagens ameaçadoras e de ódio;
  2. Roubo de identidade: o agressor, ao conseguir os dados pessoais, entra nas contas da vítima e as utiliza;
  3. Criação de páginas falsas do perfil: o indivíduo faz uma página na internet sobre a vítima, colocando informações maldosas e falsas ou dados reais como, por exemplo, o endereço da vítima;
  4. O uso de blogs: os blogs consistem numa espécie de diário on-line. Os agressores se aproveitam disso, colocam comentários lesivos para o autor(a) ou criam um blog para “gozar” com a vítima;
  5. Envio de imagens: envio de imagens verdadeiras ou manipuladas que depressa se espalham por vários usuários pelo celular. Isso causa um enorme constrangimento à vítima;
  6. Links de votação: existem vários links na internet que permitem criar votações. O agressor vai lá e cria uma votação, por exemplo, para “o mais impopular da escola” ou “o mais feio da turma”;
  7. Inscrições em nome da vítima: é perfeitamente possível que o agressor se inscreva usando os dados da vítima em sites de pornografia, racistas ou outros.

6 sinais de que seu filho está sofrendo cyberbullying

Dentre tantas tarefas e compromissos da rotina, pode ser difícil para os pais perceberem mudanças sutis no comportamento do filho vítima de ataques na internet. No entanto, além dos sinais clássicos do bullying, como ansiedade, pânico, irritabilidade, insegurança e exclusão social, a vítima de cyberbullying apresenta os seguintes sinais:

  1. Fica triste ou assustado ao receber algum e-mail ou mensagem no WhatsApp;
  2. Esquece de propósito o celular em casa;
  3. Evita entrar no computador;
  4. Abandona as redes sociais;
  5. Não quer atender ligações;
  6. Sente medo o tempo todo, como se estivesse sempre tenso.

A pandemia novo coronavírus e o aumento de casos de cyberbullying

Antes mesmo da pandemia do novo coronavírus, o Brasil ocupava o segundo lugar na lista de países com mais casos de cyberbullying: um em cada três jovens brasileiros afirma já ter sofrido algum tipo de assédio on-line.

Agora, por ficarem mais tempo on-line em função das aulas remotas e do tempo ocioso, os especialistas acreditam que o volume desse tipo de agressão tenha aumentado e recomendam que os pais dobrem a vigilância.

Leia mais: Coronavírus e saúde mental: 4 dicas de psicólogos para lidar com a pandemia.

O que diz a lei brasileira sobre os crimes de cyberbullying

O cyberbullying não é categorizado no Brasil como crime digital, mas está vinculado a outros crimes previstos na Constituição Brasileira. Assim, ofensas podem se configurar como crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria). Comentários como “você não merece viver” ou “ eu vou acabar com a sua vida” podem ser considerados instigação ao suicídio. 

E, se por acaso você tiver seus dados roubados, você pode recorrer à Lei Carolina Dieckmann, nº 12.737/12.

Apesar de os casos mais leves terem penas brandas, os mais graves que envolvam, por exemplo, violência física ou que resultam em suicídio, já levaram os ofensores à prisão. No entanto, quando o agressor é menor de idade, os seus responsáveis respondem pelos crimes diante do tribunal e podem ser condenados a pagar indenizações à vítima e à sua família.

O ambiente virtual

Engana-se quem pensa que está mais protegido atrás dos computadores. Inclusive, é na internet que as ofensas e perseguições aumentam e milhares de crianças e jovens relatam um verdadeiro pesadelo que, na maioria dos casos, é provocado por conhecidos.

São comuns também as provocações e perseguições anônimas. Normalmente, são perfis fakes que agem ameaçando e incomodando a criança ou o adolescente. Durante a pandemia, um relato que se tornou comum de cyberbullying é a perseguição de colegas de aula porque um colega X não tem uma internet boa, por isso não consegue assistir às aulas direito.

A “brincadeira” começa suave e vai evoluindo para perseguição, até que o colega agredido apresenta mudanças significativas de comportamento: irritabilidade, falta de vontade de entrar nas aulas, crises de choro, brigas com os pais por não ter uma internet de qualidade.

O ambiente virtual é realmente muito hostil, principalmente para crianças e adolescentes, por isso, pais e professores precisam ter consciência de como as coisas acontecem para monitorar e intervir.

Como tratar o trauma sofrido?

Se o agressor for menor de idade, o conselho dos especialistas em comportamento é que a punição seja educativa. Ou seja, que os pais e a escola, principalmente, devem desenvolver ações preventivas. 

Nesse sentido, entende-se que a melhor prevenção é debater o assunto em todas as séries e por longos períodos. Afinal, não adianta fazer a “Semana de Prevenção ao Cyberbullying” e depois o assunto morrer, não é?

Se a criança ou o adolescente já estão traumatizados porque sofreram agressões desse tipo, a primeira atitude a se tomar é comunicar à escola e aos familiares dos envolvidos o que está acontecendo; em seguida, procurar ajuda psicológica. A terapia comportamental tem sido a mais indicada para restabelecer a confiança na criança ou adolescente agredido, ensinando-lhe a se defender. 

Por último, se o agressor for um estranho, a família deve comunicar à polícia para que se identifique de onde chegam as ofensas e se possa tomar as providências cabíveis.

De qualquer forma, o mais importante é que você acompanhe as relações virtuais do seu filho e fique atento aos sinais, para que qualquer ofensa seja evitada a tempo. Dessa forma, o seu filho não ficará doente e se sentirá mais seguro.

Terapia com a Eurekka para vítimas de cyberbullying

A Eurekka tem uma equipe completa de profissionais para ajudar você e seu filho a resgatar a autoestima depois de episódios de ofensas e perseguições. A ajuda psicológica é muito importante para impedir que esse episódio seja mais sofrido e possa se tornar um trauma. 

Contudo, não é só a criança agredida e sua família que devem buscar terapia, mas também o agressor e a sua família. O comportamento hostil e agressivo deve ser tratado o mais cedo possível. Afinal, a agressividade e raiva em excesso denunciam um sofrimento emocional e uma forte sensação de injustiça em crianças.

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