O que fazer nessa reta final para o Enem 2021 – Parte 2

Enem 2021
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Ter uma estratégia bem construída e saber dosar as cargas de conteúdo ao longo do ano é imprescindível para se ter um bom resultado no Enem 2021. Fazendo uma analogia com os Jogos Olímpicos que se encerraram na última semana, diferentemente do que muitos candidatos pensam, a preparação para um vestibular se comporta como uma maratona e não como uma prova de 100 metros rasos. Assim, é importante ter estratégias diferenciadas para cada momento do ano e, por essa razão, neste artigo daremos continuidade aos aspectos mais importantes para se colocar em prática nessa reta final para o maior vestibular do Brasil.

Muitos candidatos, principalmente da Terceira Série do Ensino Médio, apresentam dificuldades de enxergar a necessidade de se ter equilíbrio ao longo de toda a sua preparação para o Enem (muito por não terem experienciado esse momento antes). Dessa forma, os alunos iniciam o ano fazendo muitos cursos, tendo muitas aulas em paralelo ao cursinho principal, extinguindo qualquer tempo para o estudo sozinho. Muito rapidamente, esses alunos chegam à exaustão e não obtêm um bom resultado no vestibular.

O primeiro ponto a ser levado em consideração é a ideia errônea de que o estudante precisa ter um ano de esgotamento físico e mental para alcançar a aprovação. Ou seja, a romantização do vestibulando “zumbi”, que estuda mais de 10 horas por dia, mas física e psicologicamente está debilitado. Como um atleta, o vestibulando precisa ter equilíbrio para desempenhar seu máximo potencial. Essa estabilização se dá a partir de três pilares: cognitivo, físico e psicológico.

Os três pilares para estabilização nos estudos para o Enem 2021

cognitivo

O pilar cognitivo provavelmente é o mais exercitado pelos candidatos do Enem 2021. Afinal, é necessário assimilar conteúdos, revisá-los e, acima de tudo, ter constância nos estudos ao longo do ano. O importante aqui é a constância e o planejamento, não a intensidade.

físico

Quanto ao pilar físico, referimo-nos ao corpo e, como sabemos, a conexão entre mente e corpo é extremamente importante. Além disso, um bom condicionamento físico contribui nas faculdades mentais do cérebro. Nessa reta final, ter momentos ao longo do dia e da semana para atividades físicas é essencial. E falo isso não só para espairecer, mas também para auxiliar na oxigenação do cérebro. Logo, não abandone as atividades físicas nesta reta final.

Ainda se tratando do bom cuidado do corpo, vale lembrar também a importância da alimentação. Se atletas olímpicos possuem uma dieta balanceada para alcançar seu melhor desempenho, os atletas mentais também precisam desse cuidado. Então, cuide da sua alimentação com a mesma preocupação com que você cuida de seus estudos.

psicológico

O último pilar é o psicológico. Esse é, por certo, o mais profundamente afetado em muitos candidatos, principalmente por causa desses pontos:

  • Pressão imposta pelos pais;
  • Sensação de preparação insuficiente para a prova;
  • Indecisão na hora de escolher o curso;
  • Ansiedade por começar a carreira rapidamente na profissão desejada;
  • Estagnação em uma determinada pontuação em simulados;
  • Ansiedade gerada por observar amigos e colegas serem aprovados;
  • Cobrança autoimposta de um resultado.

Esses são alguns dos aspectos que mais interferem no equilíbrio mental dos estudantes. Muitos alunos sequer percebem a importância desse fator e menosprezam a influência que tal pilar tem em seu resultado. Por isso, a segunda dica é tratar esse pilar como primordial, não deixando ele de lado principalmente nos últimos momentos de preparação. Para isso, algumas medidas podem ser tomadas:

Acompanhamento psicológico

Se houver condições financeiras para tal, um acompanhamento profissional com psicólogo ou terapeuta pode ter uma contribuição considerável.

Tire um tempo para você

Estar com a família, com os amigos, fazer coisas que gosta são essenciais para se ter equilíbrio na reta final. Não deixe esse momento de lado, ele faz parte da sua preparação, desde que seja moderado. No entanto, é válido ressaltar que ir a festas todos os fins de semana não qualifica moderação.

Se permita errar

A cobrança imposta pelo próprio candidato é o que mais contribui para quadros de ansiedade em um ano tão decisivo. Já tive contato com estudantes impecáveis que possuíam rendimentos altos. Mas se cobravam muito e qualquer resultado de simulado abaixo do esperado era transformado em desmotivação e falta de perspectiva, servindo como gatilho para crises de ansiedade.

Esse caso ilustra um cenário muito comum entre os candidatos. E o primeiro passo para resolvê-lo é entender que as variações de nota (tanto para cima quanto pra baixo) são absolutamente comuns. Dessa forma, deve ser interpretado o cenário e a evolução no longo prazo e não um resultado de maneira pontual.

Se você faz simulados de provas antigas do Enem, entenda que o nível de dificuldade das provas nem sempre se mantém o mesmo, podendo sofrer alteração de dificuldade de um ano para outro. E como usar isso ao seu favor? No próximo artigo, abordarei a importância da execução de provas antigas como simulados balizadores e um componente importante para a preparação do estudante.

Diminua a cobrança que você faz consigo mesmo

Esse é o mais difícil, sem dúvida. Mas você já parou para perceber que conhecemos pessoas que fizeram uma determinada prova sem preparação nenhuma e conseguiram resultado positivo. Nos vestibulares, entretanto, que foram o seu foco, o excessivo nervosismo tomou conta e atrapalhou todo o andamento da prova? A ideia de diminuir a cobrança é justamente deixar esse nervosismo controlado e você não ser paralisado na hora da prova.

Tire o peso que você carrega nos ombros, que te empurra para baixo, e o coloque sob os seus pés para que te sirva como degrau. Em outras palavras, transforme o nervosismo e a pressão em entusiasmo e combustível. Faça o exercício diário de percepção de que, apesar de ser uma etapa importante da vida, você está dando o seu máximo nos estudos. E caso exista um resultado negativo, você aprendeu valiosas lições para aplicar e já sair na frente na próxima tentativa.

O fracasso é importante na vitória e os maiores nomes da história mundial passaram por episódios fracassados. Nesses casos, o que os tornou vitoriosos foi a percepção de que a cada fracasso ocorrido, mais se aproximava a vitória.

A ginasta estadunidense Simone Biles, recentemente nesta edição das Olimpíadas no Japão, mostrou ao mundo o impacto que o equilíbrio psicológico e a saúde mental podem ter no rendimento de uma atleta de alta performance. E, da mesma forma, o mental do candidato ao Enem 2021 precisa estar em equilíbrio, junto com os outros dois pilares cognitivo e físico.

Assim, os três pilares são os suportes que apoiam de maneira equilibrada o ano do vestibulando. Exercitar somente um deles como o conhecimento, por exemplo, desequilibra o balanceamento entre corpo e a mente, tão importantes nas tomadas de decisões e no controle emocional na hora da prova.

Por essa razão, busque colocá-los também em seu planejamento semanal, principalmente nesta reta final, na qual a pressão aumenta e os estudos se intensificam. No próximo e no último artigo desta série, falaremos ainda de estratégias importantíssimas nesses últimos meses de preparação que precisam ser intensificadas para o aumento de sua nota do Enem 2021.

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*artigo escrito por Lorenzo Ferrari Assú Tessari, especialista em aprendizagem e metodologias de ensino. Formado em Ciências Biológicas pela Ufes, mestre em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia pela UFPR, e diretor e cofundador da Gama Ensino e da Anole.

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