Os cursos de pré-vestibular são conhecidos por bombardearem os alunos com uma carga imensa de conteúdo. O que se justifica pelo escasso tempo e pelo imenso volume curricular a ser ministrado. Dessa forma, é comum esbarrar em práticas que frisam e/ou endossam a “decoreba” dos assuntos nas instituições educacionais. Músicas, macetes e fórmulas são exemplos corriqueiros na vida do pré-vestibulando, que, mesmo sendo objetos de controvérsia, funcionam para muitos alunos na hora de relembrar um conteúdo em um exame.
Por isso, transformamos sete aspectos importantíssimos que são negligenciados pelo pré-vestibulando e que precisam ser aplicados em seu ano de preparação para maximizar a chance de aprovação em fórmulas matemáticas. Conheça-os:
- Constância > intensidade;
- Psicológico + cognitivo + físico = resultado;
- Saldo energético semanal = 0;
- Erro + reflexão = progresso;
- Taxa de revisão = dias estudados / (dias estudados + dias para a prova);
- Específico + generalista;
- Relevância + proficiência + dependência = prioridade.
Constância > intensidade
O vestibular não é uma prova de 100m rasos, é uma maratona. Logo, manter-se constante e fazer todo dia um pouquinho é fundamental. Portanto, é muito mais eficiente que dar tudo de si em uns alguns poucos dias e esgotar suas energias.
É comum no início do ano os candidatos se debruçarem nos livros e em questão de poucos meses estarem cansados física e psicologicamente. Por esse motivo, o equilíbrio é essencial para se chegar saudável na reta final. Em outras palavras, no longo prazo, a constância vence a intensidade.
Psicológico + cognitivo + físico = resultado
Conforme explicado no artigo “O que fazer nessa reta final para o Enem 2021 – Parte 2”, esses três pilares são fundamentais para se ter um bom resultado. Sustentar uma mente saudável, estudar com consistência, fazer exercícios físicos e saber descansar quando for necessário é o que leva ao sucesso neste difícil ano de preparação.
Não é aprovado o candidato que estuda mais, e sim o mais preparado. Para uma boa preparação, todos os fatores supramencionados são importantes; se um deles for zero, o resultado também será prejudicado.
Saldo energético semanal = 0
O saldo energético da semana de estudos não pode ser maior que zero. Se for, foi estudado menos do que deveria e isso levará a sensação de não ter tido um rendimento adequado. Da mesma forma, o saldo não pode ser menor que zero. Se for, provavelmente foi estudado mais do que deveria e na próxima semana iniciará com cansaço acumulado, prejudicando o aprendizado e aumentando um efeito dominó ou bola de neve, sustentado por café, mas que vai se acumulando até explodir.
Encontrar o ponto ideal de estudos semanais não é uma tarefa simples. Por isso, usar o início do ano é importante para buscar o equilíbrio e ir conhecendo o seu próprio ritmo. Então, aos poucos, ir regulando a carga de estudos. Somente o próprio candidato sabe a carga que consegue aguentar. Respeitá-la é crucial.
Erro + reflexão = progresso
Os erros devem ser encarados como aliados e saber utilizá-los é fundamental para o progresso cognitivo. Sendo assim, o erro é um tempero importante para a receita do sucesso e quando adicionado a uma reflexão bem feita, se torna mais fácil de se decidir ou encontrar um caminho por onde seguir, tornando-se difícil de o cometer novamente.
Errar uma questão e simplesmente deixar de lado ou não buscar entender o que levou à falha, é um equívoco comum entre os estudantes que deve ser a todo custo evitado.
Taxa de revisão = dias estudados / (dias estudados + dias para a prova)
Talvez a fórmula mais difícil de interpretar e mais negligenciada pelos estudantes seja essa. Conforme dito em artigos anteriores, as revisões são vitais para uma boa memorização do conteúdo. Sem elas o cérebro pode entender que o assunto não é tão relevante e, por isso, pode descartá-lo.
Desse modo, a taxa de revisão tem que ser igual ao número de dias estudados até o momento dividido pelo número total de dias desde o início até a data da prova. Em outras palavras, se tenho 100 dias totais de preparação para o vestibular e estou no dia 50 (na metade do caminho), logo 50/100 = 0,5.
Assim, 50% do meu tempo tem que ser destinado a revisão, e quanto mais próximo do vestibular, maior deve ser o tempo para revisar conteúdos que já assimilei. No início, essa taxa é zero, pois não tem nada a ser revisado, mas é necessário ir aumentando o volume de revisões de acordo com o tempo e reduzindo a assimilação de conteúdos novos.
Obviamente essa regra não precisa ser seguida à risca, mas o princípio de ir invertendo a quantidade de assimilação e de revisão tem que ser levado em consideração.
Específico + generalista
Priorizar as ações em um ano com tempo escasso e no qual as possibilidades de estudos são grandes, é essencial. Nesse caso, é importante destinar energia para um foco apenas.
A aprovação pode ser obtida estudando sem foco algum? Sim, porém com foco, há a prioridade nas matérias certas e tendo em vista o vestibular que se deseja, as chances serão maximizadas.
Relevância + proficiência + dependência = prioridade
Sabemos que priorizar é uma das chaves para o sucesso do pré-vestibulando. Então, para se priorizar corretamente, é necessário saber sobre o que se tem domínio e sobre o que não se tem (o que chamamos proficiência). Também é saber o que mais cai no seu vestibular foco (relevância), bem como entender o nível de dependência entre as matérias mais cobradas (dependência).
Estudar sem se conhecer, estudar algo que não cai com frequência e querer começar por um assunto mais complicado sem ter domínio do conteúdo antecessor, não contribui para uma boa priorização nos estudos dos candidatos.
Neste ano repleto de pressão, ansiedade, concorrência e conteúdo é fundamental pensar de maneira estratégica. Iniciar o ano estudando sem ter uma estratégia bem desenhada pode resultar em mais um ano de pré-vestibular. Por isso, as sete estratégias listadas em fórmulas acima resumem as boas práticas (negligenciadas) que um estudante precisa levar em consideração durante sua preparação para seu concurso, vestibular ou exame.
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*artigo escrito por Lorenzo Ferrari Assú Tessari, especialista em aprendizagem e metodologias de ensino e diretor e cofundador da Gama Ensino e da Anole.