Antes de iniciar 2022, é válido recapitular quais foram os melhores acontecimentos relacionados à educação durante o ano de 2021. Semelhante ao Oscar, todo ano um grande evento acontece para reconhecer e premiar as melhores soluções de startups, ONGs, ações e soluções educativas inovadoras ao redor do mundo. No último mês de 2021, ocorreu a Reimagine Education, o maior desses programas de premiação para práticas pedagógicas inovadoras. Será que houve algum brasileiro entre os premiados?
Reimagine Education
A QS-Reimagine Education é uma conferência global anual que reúne startups de educação, professores acadêmicos, diretores de inovação, lideranças universitárias e interessados no futuro da aprendizagem e do ensino.
O “Oscar da educação”, como o próprio encontro se intitula, reconhece as melhores soluções e abordagens inovadoras que têm gerados resultados positivos em alunos de várias categorias diferentes, disciplinas e regiões.
Nesta edição, o evento ocorreu de modo virtual, contando com uma plataforma interativa com lobby, lounge, auditório e perfil dos expositores com o intuito de replicar o ambiente e a experiência de um evento presencial.
Dentre as categorias estão:
- Inteligência Artificial;
- Melhor Programa Online;
- Gestão Educacional;
- Aplicativo Educacional;
- E-Learning;
- Acessibilidade;
- Ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicação;
- Aprendizagem Híbrida;
- K12 (Ensino Básico);
- Avaliações de Aprendizagem;
- Empregabilidade;
- Bem-estar e Propósito;
- Aprendizado Presencial;
- Ciência da Aprendizagem;
- Sustentabilidade;
- Realidade Aumentada/Virtual;
- Disciplina como Artes e Humanidade, Educação Empresarial, Engenharia e Tecnologia, Ciências da Vida, Ciências Naturais e Ciências Sociais;
- Regionais.
Além do reconhecimento ser dado em níveis de ouro, prata e bronze para cada categoria, existe o reconhecimento também por voto popular e premiações de 25 mil dólares para os vencedores gerais de Educação Global e EdTech Global.
O prêmio principal do evento foi para QUT (Queensland University of Technology – Australia), com o projeto Design For Impact (Design para impactar), um programa de aprendizado transdisciplinar do “mundo real” integrado à grade curricular do curso de bacharelado de Design, que tem como foco quatro unidades – lugar, pessoas, planeta, propósito.
O programa busca facilitar o desenvolvimento gradual da compreensão teórica dos alunos sobre questões sociais e globais, as habilidades básicas de design e as capacidades como colaboração transdisciplinar, reflexão e networking.
Já o prêmio EdTech Global foi para Ubongo International com o projeto Ubongo Edutainment. A Ubongo é uma empresa social panafricana que utiliza entretenimento, mídia de massa, pesquisa e design centrado em crianças, para levar aprendizado eficaz às famílias africanas à baixo custo por meio da tecnologia que elas já possuem.
A Ubongo se tornou a maior sala de aula africana, promovendo programas de entretenimento educativo que geram melhoras no desenvolvimento cognitivo, resultados de aprendizado e de aprendizado socioemocional de crianças africanas, atendendo 40 países e mais de 24 milhões de famílias.
Brasil entre os prestigiados
Entre as mais de 20 categorias principais da QS-Reimagine Education, tivemos a Universidade Federal do ABC (UFABC) como a única representante brasileira. Ela ficou com o bronze na categoria “Bem-estar e Propósito”, com o projeto CLIPS++.
O projeto da universidade trata de uma jornada de conhecimento que desenvolve habilidades de inovação nos alunos. Segundo Julio Faco, líder do projeto, o projeto tem diferenciais que envolvem experiências de aprendizado com foco na criatividade e curiosidade como catalisadores estratégicos da prosperidade e do bem-estar coletivo.
Ainda segundo o professor, o CLIPS++ atingiu milhares de pessoas, gerando oportunidades inovadoras de impacto social com retornos financeiro, humano e social para o bem-estar e para a prosperidade local.
Já na categoria regional da América Latina, outro prestigiado brasileiro foi o Instituto Rodrigo Mendes com o projeto Diversa: Educação inclusiva na prática.
A Diversa é uma plataforma com conteúdos educacionais. Ela tem como objetivo apoiar redes de ensino para o atendimento de estudantes PcD e PNE em escolas regulares. Criada em 2011, a Diversa já recebeu 5 milhões de usuários de 158 países e, mensalmente, recebe cerca de 100 mil visitas.
Nos últimos anos, o surgimento e o crescimento de empresas ou soluções na área da educação e tecnologia marcou presença no cenário brasileiro e mundial. Segundo o relatório global do mercado de EdTechs, o setor pode crescer de US$ 85 bilhões para US$ 218 bilhões em até 5 anos. Tudo isso sendo impulsionada pelo crescimento da preferência pelo aprendizado digital.
Só no Brasil, o setor apresentou um crescimento de 28% durante a pandemia do Covid-19. Hoje totaliza mais de 550 EdTechs, sendo a maior parte presente na região sudeste. Mesmo comaumento expressivo do setor educacional brasileiro, boa parte ao mercado de EdTechs, tivemos https://www.xomba.com apenas dois prestigiados no maior evento de inovação em educação do mundo. O que demonstra que é urgente a melhora dos nossos padrões e visibilidade nesse setor.
Por outro lado, especialistas acreditam que as EdTechs brasileiras têm potencial para impactar os índices educacionais e também econômicos do país já que esse âmbito foi um dos últimos a entrar na era digital.
Veja mais conteúdos sobre educação e tecnologia no EducaTech.
*artigo escrito por Lorenzo Ferrari Assú Tessari, especialista em aprendizagem e metodologias de ensino e diretor e cofundador da Gama Ensino e da Anole.