Seja no trabalho ou na faculdade, quando a frase “trabalho em equipe” vem em mente, automaticamente muitas pessoas ficam assustadas ou com receio. Isso porque a prática exige contato com indivíduos onde cada um possui a sua própria particularidade e isso pode gerar possíveis conflitos. Mas, por mais difícil que seja, os seres humanos precisam aprender a fazer ativdades em conjunto. E a melhor forma de alcançar esse objetivo é incentivando o trabalho em grupo ainda na infância.
De acordo a professora Luciene Ap. Felipe Siccherino, do curso de Pedagogia da Universidade Cruzeiro do Sul, as crianças devem conviver entre si na infância.
“Quando falamos em desenvolvimento infantil, devemos levar em consideração suas dimensões (física, afetiva, cognitiva e social). A convivência com pares que estão na mesma fase é muito benéfica para a formação plena da criança. O incentivo ao trabalho em grupo auxilia no processo de socialização, no aprender a conviver, a resolver conflitos, a se expressar e a fazer amigos para a construção de relacionamentos interpessoais”, explica.
As atividades em grupo representam uma valiosa oportunidade de desenvolver habilidades como a empatia, o respeito e a comunicação. Elas serão essenciais para a vida adulta, visto que a exigência de pessoas e profissionais capazes de se relacionar e resolver conflitos, além de possuir respeito e aceitação pelas diferenças, estão cada vez mais em alta.
Para a professora Luciane, o trabalho em equipe não é uma bagunça ou uma desorganização, como muitos pensam. E cabe ao professor planejar a organização dos grupos, as situações a serem vivenciadas e as intervenções necessárias.
“Como a Educação Infantil atende bebês e crianças bem pequenas, a escola e a família devem atuar conjuntamente visando o desenvolvimento da comunicação, da autonomia, e do desenvolvimento cognitivo, físico, afetivo e social”, esclarece.
BNCC e o trabalho em grupo
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece os campos de experiências na Educação Infantil, cujo objetivo é a transformação da vivência em experiência, sempre em situações integradas à ludicidade e às práticas sociais das quais a criança participa.
Um dos campos de experiência é “o eu, o outro e o nós”, no qual prevê experiências para a construção da identidade e da subjetividade. Sempre com relação às diferentes formas de relações, desenvolvendo o sentimento de pertencimento do grupo.
“Como exemplos de atividades em grupos, podemos citar as brincadeiras em pequenos grupos, como, por exemplo, a montagem de um quebra-cabeças, a confecção de um personagem a partir da contação de histórias, atividades diárias que despertem amizade e solidariedade, como o cuidado com o outro em momentos de higiene, de alimentação, de organização de brinquedos, além de brincadeiras como pula corda, corre-cotia, caixa sensorial, amarelinha, estátua, entre outras”, aponta a professora.
Com o trabalho em grupo, as crianças aprendem a conviver, a desenvolver a linguagem oral, a se expressar, a organizar seu pensamento. E, dessa forma, as interações e as brincadeiras estruturam as práticas pedagógicas.
Além disso, ações que contemplem atividades em grupos aumentam a confiança, a participação e auxiliam no desenvolvimento da autonomia. E, portanto, devem estar garantidas no decorrer do processo do desenvolvimento infantil.
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