Boletim digital, entrega de atividades e até conselho de classe automático, que decide se o aluno passará ou não de ano. Sim! Essas são algumas das evoluções que a tecnologia trouxe para as escolas nos últimos anos. Inovações aceleradas pelas exigências que a pandemia da Covid-19 gerou no Brasil e no mundo.
O uso dos chamados sistemas de gestão integrados tornou-se cada vez mais comum em instituições de ensino. Eles automatizam tarefas e organizam todas as áreas, fazendo, até mesmo, as escolas ganharem competitividade no mercado. Isso porque, com tempo e mão de obra de sobra, é possível focar boas estratégias, como melhorar o atendimento aos alunos.
Uma pesquisa feita pela IDG Research Services, por exemplo, revela que empresas de pequeno e médio porte dos EUA que utilizam um sistema de gestão são 10% mais produtivas que as que não usam, além de crescerem 35% mais rápido.
Prova desse crescimento da digitalização no setor educacional são os números da Matheus Soluções. A plataforma, que permite automatizar 80% dos processos internos de uma escola, registra 100 mil alunos impactados em 119 unidades de ensino, grande parte dessas, adquiridas nos últimos dois anos.
O software, que funciona em nuvem, propõe-se justamente a auxiliar alunos, funcionários, bem como professores e gestores educacionais em diversas tarefas cotidianas. Desde a realização e entrega de trabalhos e lições de casa, até o gerenciamento de notas, de faltas e muito mais. A tecnologia também auxilia no conselho de classe, mensurando qualitativa e quantitativamente o desempenho dos discentes no ambiente escolar. Além disso, responde ao questionamento mais delicado do ano: se o aluno reprova ou não.
“Com o sistema integrado, o professor consegue inserir os dados individuais do aluno ao longo do ano, como notas, faltas, rendimento em classe, desenvolvimento em sala de aula e o que é preciso melhorar. Essas informações são levadas ao conselho de classe, e, de maneira democrática, definem-se os próximos passos de cada discente”, diz Tiago Rafael, gestor de operações da empresa.
As instituições também conseguem ter mais agilidade em outras atividades operacionais e estratégicas: desde matrícula, rematrícula, meio de pagamentos das mensalidades e inadimplências. As dúvidas e as requisições dos alunos ou dos responsáveis, por exemplo, passam a ser resolvidas com mais rapidez e precisão por meio da plataforma.
“Imagine o volume de decisões que uma escola ou uma faculdade, por exemplo, precisa tomar. Automatizar esses fluxos representa mais agilidade à rotina, otimização do tempo, mensuração da performance das atividades e organização das finanças”, ressalta Thiago.
Expansão para pequenas escolas
Para o ano de 2023, a Matheus Soluções pretende expandir o uso de seu sistema para escolas com uma quantidade menor de alunos, estejam eles na Educação Infantil, estejam no Fundamental, Médio ou Técnico.
“Calcula-se que existem no país 40 mil escolas privadas com até 8.136.345 alunos. E, muitas vezes, nessas instituições, gestores estão sobrecarregados de funções e tarefas que poderiam ser automatizadas. Portanto, troca-se o operacional diário para pensar estrategicamente tanto no bem-estar do aluno quanto no negócio como um todo”, destaca Tiago.
De acordo com o gestor, pensar de forma estratégica passou de para fundamental após o período de pandemia do novo coronavírus. Isso porque entre 30% a 50% das escolas da rede privada de pequeno e médio porte entraram em risco de falência devido a cancelamentos de matrículas e atrasos nas mensalidades. Os dados são da União das Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte, uma organização sem fins lucrativos criada durante o período de crise para dar suporte às instituições.
Uma pesquisa realizada pela consultoria de gestão escolar Rabbit, que tem como base mais de 1.500 escolas particulares em todo o Brasil, mostra que essas instituições de ensino perderam um terço das matrículas, ou seja, 2,7 milhões, no ano de 2021.
“A automatização vem ajudar as escolas a reverterem esse quadro. Elas garantem melhores condições de ensino e liberam professores e gestores para focar os alunos e o aprendizado”, finaliza o gestor.
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