Engenharia: Uma área com muitas oportunidades e poucos profissionais formados

Muito se fala sobre a falta de mão de obra capacitada para o mercado de trabalho, principalmente para atuação na região Nordeste. A deficiência se espalha não só pelo Brasil, mas também pelo mundo, e abrange várias áreas de atuação. Porém, o mercado para os engenheiros promete ser ainda mais promissor nos próximos anos.
 
O crescimento acelerado exige uma demanda maior de profissionais em virtude de obras de infraestrutura, mineração e petróleo, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e eventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas. 
 
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que a cada sete engenheiros formados no Brasil, apenas dois estão empregados em ocupações típicas da profissão. A maioria está em setores financeiros de grandes empresas e na administração pública. E esta também é a realidade do Espírito Santo, segundo o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-ES).
 
A formação de novos profissionais também segue em ritmo lento. O Brasil forma cerca de 40 mil engenheiros por ano, um número bem inferior ao de outros países do mundo. Um estudo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) revelou que o principal motivo do baixo índice de formandos é a evasão universitária, que chega a 60% em instituições públicas de ensino superior e 75% em instituições privadas.
 
Uma das justificativas para o fenômeno é a pouca bagagem dos alunos em matérias bases como matemática, física e química. Outra razão é a baixa quantidade de aulas práticas nos dois primeiros anos de curso.  
 
O histórico do setor de engenharia no Brasil também é um dos fatores que interferiu no atual número de formados. Nos últimos 30 anos, a economia brasileira estava estagnada, o que tornou a profissão pouco atrativa para os alunos por conta da longa duração do curso e os baixos salários. Para se ter uma ideia, há quatro anos o salário inicial de um engenheiro formado era R$ 1,5 mil. Atualmente, esse valor subiu para R$ 4,5 mil.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), o engenheiro civil Luís Fiorotti, ressalta que é preciso investir no ensino fundamental e médio. “Muitos alunos entram no curso, mas poucos conseguem se formar, já que muitos não tiveram uma boa base em matemática e física e, por isso, não conseguem seguir adiante. É necessário, portanto, que o ensino dessas matérias durante a educação básica seja mais eficiente, deixando os alunos mais preparados”, afirma Fiorotti.

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