É extremamente relevante ressaltar que a diversidade nas empresas trazem excelentes resultados, não apenas financeiros, no engajamento dos colaboradores e no clima organizacional. Entendemos que assim como o restante do mercado de trabalho, estamos apenas no começo de uma longa jornada. É ou não é verdade? Isso faz com que a pluralidade no universo corporativo seja uma causa pela qual valha à pena lutar.
Mundialmente as celebrações do orgulho LGBTQIAP+ são comemoradas ao longo de todo o mês de junho, mas foi no dia 28.06.1969 que as primeiras movimentações iniciaram, e assim firmou o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+ onde foi estabelecido ou conhecido devido a onda de protestos ocorrida em Nova York, conhecida como Rebelião de Stonewall. Tais protestos foram organizados em favor dos direitos dos homossexuais, que na época eram frequentemente detidos por ‘conduta imoral’.
De lá pra cá muita coisa mudou e de certa forma foi muito bom! Mudou pra melhor! Mantendo o pensamento realista em foco, é preciso acrescentar que, quando o assunto é mercado de trabalho para essa galera, temos um longo caminho para percorrer. Segundo estudos recentes, metade dos profissionais LGBTQIAP+ do país já assumiram sua orientação sexual dentro do ambiente corporativo, mas apenas 32% deles disseram se sentir realmente acolhidos nas empresas, enquanto 35% admitiram ter sofrido algum tipo de preconceito. Este último número se reflete também nas posições de liderança, apenas 13% afirmaram ocupar ou terem ocupado um cargo de gestão.
Lamentavelmente ainda temos um mercado hostil em diversas áreas, colaboradores que se identificam com a causa LGBTQIAP+ estão mais propensos a experimentar limitações de carreira, desvalorização profissional e até mesmo assédio.
Apesar da representatividade LGBTQIAP+ no cenário da tecnologia, conforme falamos, o mercado ainda é muito desigual para os membros da comunidade LGBTQIAP+. Pois o cenário que citei acima tem suas raízes em um passado marcado pela intolerância.
Antigamente essa galera não eram livres para expressar seu gênero e orientação sexual e para conseguirem ingressar no mercado de trabalho se escondiam embaixo de “personagens” socialmente aceitos. Principalmente, quando analisamos o cenário de tecnologia, ainda considerado um ambiente majoritariamente masculino e heterossexual.
O que significa o Orgulho LBGTQIAP+?
Significa que as pessoas dessa comunidade celebram sua identidade, apesar de todas as dificuldades que enfrentam. lutam para ter direitos iguais aos das outras pessoas de nossa sociedade. Poderem se casar e estabelecer uma família, não sofrer discriminação, ter acesso a serviços de saúde e a tudo que um cidadão pleno tem direito. Basicamente, é não ser tratado de maneira diferente pelo estado nem pela sociedade só porque essa pessoa não encaixa nas normas de gênero e relacionamento.
Personalidades LGBTQIA+ na tecnologia
Antes de mais nada, é fundamental destacar a grande dificuldade de encontrarmos LGBTQIAP+ pretos e transexuais na lista. Isso revela que as características normativas ainda recebem um foco e uma representatividade muito maiores. Dessa maneira, é importante ter personalidades como essas em nossa história para que sirvam de inspiração para toda a comunidade LGBTQIAP+. E é por isso que a representatividade é tão importante, tanto no mercado de trabalho, quanto na área da tecnologia.
Existem exemplos significativos na área para se inspirar. Confira abaixo alguns líderes LGBTQIAP+ presentes no segmento da tecnologia:
- Jim Cook (Apple)
Ocupou o cargo de CEO, que anteriormente era de Steve Jobs, em agosto de 2011, e assumiu publicamente sua homossexualidade em 2014. - Pedro Pina (Google)
Foi escolhido o líder LGBTQIA+ mais influente pela Outstanding. Pedro chefia a área de soluções para agências, mas em termos sociais, também é responsável pelas políticas de diversidade e inclusão LGBTQIAP+ da Google. - Suzanne Timmons (Google)
Suzanne comanda o time interno de suporte técnico da Google e gerencia o projeto ‘Pride at Google UK’, desenvolvendo planos estratégicos que garantem uma maior diversidade e inclusão na companhia. Assim como Pedro Pina, também já apareceu na lista de líderes LGBTQIAP+ mais influentes da Outstanding, em 2020. - Claudia Brind-Woody (IBM)
Claudia é líder do Licenciamento Global de Propriedade Intelectual da IBM e uma das responsáveis pela Força-Tarefa Executiva Global da companhia para as causas LGBTQIAP+.
O que pode mudar?
Diferente das décadas passadas, hoje a comunidade LGBTQIAP+ tem um espaço maior. É preciso ampliar sua representatividade nas empresas e oferecer a seus integrantes maiores oportunidades de crescimento.
Além disso, a ausência de um censo demográfico também dificulta o entendimento das reais falhas no ambiente corporativo. Assim, a cultura de aceitação é “pregada na parede”, mas, muitas vezes, não é vivida.
Por fim, a diversidade ainda é pautada por uma normatividade “masculina”. Então, a dificuldade das mulheres LGBTQIAP+ é maior, principalmente para transexuais e travestis.
Desse modo, concluímos que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Tanto em direção à visibilidade e representatividade, quanto à igualdade de oportunidades para a comunidade LGBTQIAP+.
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