A educação não é o único, mas certamente é um dos meios de atuação mais eficientes na sociedade. O sujeito instruído e educado está propício a ter consciência das condições materiais de existência. Ele pode exercitar a capacidade de decidir de modo organizado os melhores caminhos para a sustentabilidade da vida.
O desconhecimento e distanciamento do homem e seu ambiente natural impedem o indivíduo de perceber que cada atitude ou ação humana corresponde a um impacto negativo ou positivo sobre o ambiente, seja ele natural ou construído. Não se sentindo como parte integrante do ambiente, o homem tende a não perceber os efeitos de suas atitudes, ou se percebe, não os avalia. É nesse contexto que se insere a Educação Ambiental, importante ferramenta para ajudar no debate ecológico e no aumento do número de pessoas envolvidas na prática da conservação e conscientização ambiental e do resgate dos valores humanos. Assim, ela pode ser considerada um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir, individual ou coletivamente na busca de soluções para os problemas ambientais presentes e futuros.
A educação ambiental se tornou uma das prioridades na indústria e também em outros segmentos. O que se percebe é que, muito em breve, as empresas que não estiverem alinhadas com as tendências de sustentabilidade e metas que envolvem o meio ambiente e saúde humana ficarão de fora de incentivos, financiamentos e outras formas de apoio econômico. Não obstante, a educação ambiental necessita ir além do óbvio do que é discutido atualmente, quase sempre de forma superficial tanto nas empresas quanto nas mídias em geral. Um bom projeto socioambiental deve incentivar alterações progressivas (e drásticas) no estilo de vida de cada um e a mudança de comportamento individual por meio da informação só poderá ser alcançada por meio da mobilização conjunta. Apreciar o marketing verde nas mídias diversas é fácil, mas somente o esforço coletivo para reflexão e uma proposta clara de mudanças de curto, médio e longo prazo é que encaminhará a empresa e sociedade, de fato, rumo à sustentabilidade.
Esses novos valores a serem construídos pela e para a sociedade contemporânea exigem a formulação de uma nova visão de mundo com a construção de novas formas de desenvolvimento e até mesmo de novas teorias sobre as relações ambientais de produção e reprodução social, etapas que somente podem ser alcançadas a partir da educação e da prática diária dos saberes socioambientais.
Camila Malacarne membro da ASEVILA (Associação dos Empresários de Vila Velha)