Vila Velha continua sendo a maior cidade do Espírito Santo, com quase 450 mil habitantes. E o crescimento tem sido constante, mas sem políticas que assegurem sustentabilidade e definam, com clareza, as responsabilidades sociais e ambientais. O desafio da atual administração é reverter este quadro, enfrentando diversos desafios que até agora foram sendo simplesmente postergados, como o manejo inadequado dos resíduos sólidos, causa dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos que estão na agenda atual do município.
Um levantamento local aponta para uma produção média mensal de mais de 14 toneladas de lixo em Vila Velha, compreendendo todos os tipos de descartes, desde sobras de alimentos até sofás e pneus abandonados. Por isso, é fundamental que todos nós (sociedade, empresas e governo) nos juntemos num debate construtivo de uma solução para este problema que, aliás, é um dos agravantes dos efeitos das enchentes que tanto incomodam e prejudicam os canelas-verdes.
Uma das medidas mais elementares é a conscientização acerca da coleta dos resíduos sólidos e o primeiro passo é a informação. É preciso explicar à população e aos empresários os efeitos danosos que o lixo gera para todos, assim como é imprescindível disseminar como a coleta do lixo é feita.
Pode parecer simples, mas é necessário, por exemplo, que todos saibam os dias e os horários de coleta do lixo. Entendo que este é um assunto que a Administração Municipal precisa tornar público abrindo, inclusive, a discussão com as comunidades sobre os melhores horários e dias para elas, conforme suas características locais. Esta divulgação deve, inclusive, envolver e até priorizar o público infantil, afinal as crianças são grandes parceiras nestas campanhas. O exercício ativo da cidadania tem na disponibilidade de informações, a condição para a sua efetividade bem como para construir uma opinião pública autônoma e crítica.
Outro ponto importante a ser ressaltado é que esta coleta também tem um cunho social, pois os resíduos são encaminhados à Associação de Catadores Revive, que faz a triagem e comercializa o material para empresas de reciclagem. Ou seja, além de contribuir com a preservação do meio ambiente e com a saúde pública, o projeto oferece oportunidade de geração de renda.
A responsabilidade compartilhada é papel que cada setor da sociedade poder público, setor empresarial e cidadãos em geral – tem na gestão dos resíduos sólidos urbanos, assim como na construção de uma sociedade sustentável no papel de reconhecer os resíduos como um bem econômico, de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor da cidadania.
A Associação dos Empresários de Vila Velha (Asevila), por sua Câmara do Meio Ambiente, representa a entidade no COMMAM e está se propondo a tornar este debate mais participativo e intenso, lançando inclusive campanhas educativas e liderando ações em torno das coletas, especialmente de itens como pilhas e baterias, lâmpadas, medicamentos e outros que exijam tratamentos especiais na destinação. A ideia é envolver a comunidade, através das lideranças locais, inclusive religiosas, além das escolas. Precisamos gerar uma consciência geral de que não podemos conviver com o lixo e, por isso, ele precisa ser coletado e ter uma destinação adequada.
Jonatan Schmidt, coordenador da Câmara de Meio Ambiente da ASEVILA (Associação dos Empresários de Vila Velha)
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