Historicamente nas civilizações e ainda em alguns países as mulheres sempre ocuparam uma posição de submissão e opressão, sendo impedidas de realizar seus sonhos e mostrar seu valor. Milhares de mulheres viveram suas vidas e morreram nesta triste realidade, mas pouco a pouco as conquistas foram acontecendo. Na Constituição de 1988 as mulheres tiveram finalmente sua igualdade garantida, mesmo que, em muitos casos, a aplicabilidade efetiva da legislação esteja longe do ideal, mas sim, foi um marco importante para as brasileiras.
Hoje, o protagonismo feminino é chancelado pela nossa vigorosa participação na economia, pois mais de 40% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) e este número cresceu mais de quatro vezes nos últimos dez anos. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, mais da metade das vagas de emprego formal no país são ocupadas por mulheres, e no Espírito Santo elas já possuem 30% das empresas abertas conforme o Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas elaborado pelo Sebare em parceria com o Dieese.
Não podemos deixar de citar as milhares microempreendedoras individuais e, assim, os vários exemplos de crescimento exponencial de mulheres que dirigem e/ou gerenciam empresas, as gestoras públicas, professoras, engenheiras, médicas, advogadas, entre tantas outras.
A participação da mulher como agente de mudança na sociedade é algo irreversível e crescente. A habilidade de desempenhar vários papéis, o controle da família, a sensibilidade e o desafio de realização devido a muitas vezes serem desacreditadas são alguns dos fatores que as motivam e capacitam na busca da superação, pois ainda são muitos os obstáculos que impedem sua plena inserção, e um deles a falta de tratamento igualitário.
Mas é com muita garra, paixão, perseverança e criatividade que temos conquistado nosso espaço dia após dia, gerando riqueza e oportunidades para a sociedade através do empreendedorismo. Saúdo e parabenizo neste dia a mulher empreendedora, que luta para manter seu negócio neste mercado competitivo e, na maioria, das vezes desfavorável. Há muito para realizarmos e conquistarmos, em várias áreas, não só na econômica, que necessita de desburocratização e desoneração, mas com certeza já estamos fazendo história.
Lúcia Dornellas
Diretora-Presidente da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes)