Fernando Machado é diretor-geral da Rede Vitória
Tenho pensado muito na analogia entre pessoas e empresas. Assim como as pessoas carecem de valores, família e pertencimento a uma comunidade, as empresas também precedem de uma série de predicados para existirem, como fazer um bom produto, prestar um bom serviço, ter envolvimento, responsabilidade social etc.
Outra analogia que sempre faço é esta: assim como as empresas têm marcas; pessoas têm nome. Mas não apenas nome: nome e sobrenome. Acredito que marcas são para as empresas aquilo que os sobrenomes (e não os nomes) são para as pessoas. Claro que é pelo nome que as pessoas são chamadas , mas é o sobrenome que as torna conhecidas e reconhecidas, que se eterniza, que se faz perene, que passa de geração em geração, que respalda e certifica o que somos. Assim é que as empresas deveriam tratar suas marcas, como nomes que carregam consigo sobrenomes.
E da mesma forma que trabalhamos tanto para manter nossos nomes e sobrenomes imaculados, também as empresas deveriam fazer o mesmo com suas marcas. Quando uma marca é manchada, seja lá com qual tinta, pingos sempre respigam nas empresas e em suas reputações. Afinal, o consumidor é quem tem em mãos o pincel.
Trabalhos de pesquisa como este de Marcas Ícones, além de aferirem lembrança de marca, vão além e contribuem sobremaneira para que as empresas percebam de que cor seus sobrenomes estão sendo pintados pelos consumidores. Além da lembrança, pode-se deduzir que a Pesquisa Marcas Ícones revela a preferência de consumo, mas ele só ocorre se as empresas estiverem bem posicionados, sem máculas ou manchas, sem ”nome sujo”, como se diz popularmente.
Mas como as empresas podem manter suas marcas limpas, principalmente em um cenário de redes sociais que funcionam mais como um telhado de vidro para elas? Realizando pesquisas, conhecendo seus públicos como nunca, posicionando- se, apostando, em personas que tenham sinergia e que façam a ponte entre marcas e pessoas de forma sutil, coerente e eficaz, enfim, investindo em marketing. Ou será que as empresas ainda precisam perceber que só uma boa e certeira comunicação é capaz de manter seus nomes e sobrenomes limpos nesse mercado tão competitivo?
Artigo original publicado na revista Marcas Ícones 2018. Acesse!