por Renato William
Há 2.500 anos, Heráclito já descobria que nada é permanente, exceto a mudança. Muitos esperavam uma “nova era” na virada do século XX para o XXI, e as transformações, de fato, passaram a acontecer com mais rapidez, mas não tão rápidas como nos últimos meses, quando a pandemia mundial de Covid-19 impôs mudanças imediatas. O planeta agora está dentro de casa e os bloqueios ainda existentes com a tecnologia tiveram que ser rompidos. Temos uma Era de Mudanças.
O mundo é volátil, incerto, complexo, ágil, veloz, colaborativo e remoto. Sim, remoto, e não é de agora. Os momentos que vivemos hoje só deixaram isso ainda mais claro. Em dias podemos ver uma mudança radical. Empresas contam com funcionários em home office; os dados e sistemas estão sendo migrados para a nuvem; e o ensino a distância é a única possibilidade no momento. Quando tudo isso passar, a certeza é de que haverá um novo mundo e é preciso estar preparado para ele. Com tudo isso, o caminho a ser seguido está mais claro do nunca: investir em tecnologia.
E-commerce, inteligência artificial, armazenamento em nuvem, sistemas de gestão, são muitos as ferramentas para melhorar a infraestrutura de tecnologia das empresas. Ainda não há nenhum manual de instruções, mas contar com suportes tecnológicos é uma necessidade para sobreviver ao presente e ao futuro. Se você acha que o mundo está parado em compasso de espera, acredite, isso é um grande engano. Ele nunca foi tão rápido como hoje e muda um pouco a cada badalada do relógio.
De acordo com estudos da Havard Bussiness Review, quando se investe em tecnologias de gestão, o retorno é expressivo. Dados mostram que empresas obtiveram mais de 22% de produtividade, mais 14% valor de mercado e mais 40% em crescimento anual de vendas. A 41ª edição do Webshoppers, o mais amplo relatório sobre e-commerce do país elaborado semestralmente pela EbitNielsen – em parceria com a Elo, mostrou o quanto a quarentena já influenciou nos números dos primeiros meses de 2020. Em relação ao mesmo período do ano anterior (da segunda quinzena de março até o fim de abril), houve crescimento de 48,3% nas vendas do comércio eletrônico.
É claro que o comércio online já apresentava um crescimento significativo, mas a pandemia acelerou alguns anos desse processo, mudando hábitos de compras em segmentos que ainda engatinhavam em muitas regiões, como o de supermercados, e que devem permanecer com muito mais gente comprando pela internet mesmo quando tudo passar. Quando pensamos que o futuro é agora, somos levados a pensar no quão rápido é preciso se adaptar às mudanças para não perder espaço no mercado. A resposta é: agora, mais rápido do que nunca.
Embora estejamos numa corrida, não há motivos para desespero, pois o bom da tecnologia, que por um lado exige que os negócios se rendam a ela, é que ela também proporciona múltiplas possibilidades de adaptação, de acordo com o porte e atuação de cada empresa. Nem todos precisam seguir a mesma linha ou adotar as mesmas estratégias, mas todos certamente precisam ter um guia e um caminho traçado com base nas tendências apontadas para o futuro.
Renato William é especialista em gestão de negócios e diretor da Sankhya – ES