por Carlo Daniel Barbosa Góis Cavaco
Em 2004, o número divulgado pelo CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos EUA) era de que 1 pessoa em 166 tinha Transtorno do Espectro Autista – TEA. Em 2022, a prevalência está em 1 em 44. É estimado por diversas fontes que entre 1 à 2% da população mundial é autista. Em 2013, segundo o psiquiatra Estevão Vadasz estimava-se que 90% autistas que viviam no Brasil não tinham sido diagnosticados.
Há mais conhecimento sobre o tema pela população em geral, mais divulgação na televisão e demais instrumentos de comunicação. Também foi ampliada a capacitação sobre o assunto entre diversas áreas profissionais. Todavia ainda há muito avanço a conquistar em cada uma dessas frentes.
Quanto ao atendimento de diversos profissionais na investigação de autismo, não é incomum ouvir relatos, após a família notar atrasos no desenvolvimento e procurar um especialista: “isso é coisa da sua cabeça”, “você está caçando problema”, “é assim mesmo, tem crianças que demoram a falar ou a ter esse desenvolvimento”. Famílias que as vezes iniciaram a investigação tendo a criança com 1 ou 2 anos e só foram ter o laudo com 6 ou 7 anos, após insistirem em outras opiniões profissionais.
Se existe algum atraso no desenvolvimento sem dúvida já se justifica o acompanhamento de um especialista específico ao tema (neurologia/psiquiatra). E dependendo do atraso também se fazem necessários encaminhamentos para acompanhamentos específicos (profissionais de fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, etc).
Obrigatoriamente todo o caso será relacionado ao diagnóstico de TEA? Não. Qual a melhor indicação então? “Olha, vamos acompanhar para confirmar se há algum atraso no desenvolvimento significativo. Sobre esse atraso em específico que se mostra maior no momento vou realizar um encaminhamento para o profissional dessa especialidade, para já iniciar algumas atividades. Vamos investigar e futuramente teremos a certeza se pode existir um diagnóstico de TEA, outro diagnóstico ou até mesmo confirmar que era apenas um atraso no desenvolvimento de pessoa típica”.
Caso o profissional tenha alguma dificuldade nessa avaliação o indicado é estudar mais sobre o tema e encaminhar para um profissional que já é especialista na área.
Um dos principais papéis do assistente social é propagar o conhecimento sobre direitos. E sem dúvida um dos principais direitos para uma pessoa com autismo e sua família é ter um diagnóstico precoce… para posteriormente… ter um acompanhamento multiprofissional… e posteriormente… o acesso a diversos outros direitos.
Carlo Daniel Barbosa Góis Cavaco é Assistente Social da AMAES