Por Lisa Morelo, pedagoga, especialista em Educação Especial, Transtorno do Espectro Autista, TDAH, Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Neuroaprendizagem, Neuroeducação em curso
Sabemos que um grande desafio da escola é trabalhar com a adaptação do currículo e elaborar atividades adaptadas para seus alunos com algum tipo de deficiência. Acreditamos que todos são capazes de aprender, para isso que sejam atendidos em suas especificidades.
Primeiro precisamos entender que adaptação de currículo e de atividades para alunos com deficiência, não são sinônimos de exclusão, muito equivocadamente compreendido por muitos, pois quando pensamos no inverso, na ”inclusão”, não podemos imaginar todos os alunos ao mesmo tempo aprendendo da mesma maneira e sim convivendo e aprendendo de formas diferenciadas os mesmos conteúdos e vivências. Afinal, todos somos diferentes!
É nesse contexto que a adaptação do currículo e de atividades se concretizam na escola, baseando-se na Lei nº 9.394 – Art.59, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Somente com uma boa avalição do desenvolvimento integral desse aluno, parceria com pais, terapeutas, professor do atendimento educacional especializado e coordenação pedagógica é que a escola poderá elencar o que é mais importante que o aluno aprenda nesse momento, dentro de um determinado conteúdo de uma disciplina e definir os objetivos educacionais de maneira clara e assertiva para ele.
Nesse caso o professor regente da disciplina é o principal agente dessa adaptação, pois somente ele tem o conhecimento de seu conteúdo para decidir qual os principais tópicos a serem trabalhados com esse aluno, por exemplo naquele bimestre. Avaliar o que o aluno já adquiriu de conhecimentos acadêmicos na sua disciplina, de preferência no início do ano letivo ou ao recebê-lo, será o ponto de partida para a adaptação curricular.
Já a adaptação de uma atividade ocorre quando o aluno com deficiência necessita de um formato diferente de atividades dos demais alunos, dentro da adaptação curricular, já planejada. Essa atividade adaptada pode ser em determinada disciplina ou nas quais apresentarem dificuldades para o aprendizado do aluno. É buscar formas variáveis de ensino que permitam uma melhor acessibilidade cognitiva, sensorial, física e que dê autonomia para aprendizagem de determinado conteúdo.
A adaptação de atividades precisa ser pensada como estratégias que irão viabilizar, com diferentes recursos e de acordo com as necessidades e interesses do aluno o seu conhecimento e desenvolvimento, elaboradas pelo professor regente e pelo professor do atendimento educacional especializado, o ideal. Todos têm o direito e podem aprender, todos têm o direito de uma escola verdadeiramente inclusiva.