Geração Z e o desafio da autonomia no mercado de trabalho

Geração Z é familiarizada com o ambiente digital. Foto: Freepik

Uma recente pesquisa revelou que um em cada quatro jovens da Geração Z levou os pais para entrevistas de emprego.

Esse comportamento lança luz sobre questões relevantes para o desenvolvimento dessa geração no mercado de trabalho, destacando uma preocupante dependência emocional e prática, possivelmente resultante de uma educação superprotetora.

Enquanto esses jovens foram criados em um ambiente digital, com acesso rápido a informações e soluções, o mercado continua a exigir competências clássicas como autonomia, responsabilidade e iniciativa, características que parecem estar sendo negligenciadas.

O ambiente digital, com sua velocidade e imediatismo, moldou a mentalidade da Geração Z de forma singular. Muitos demonstram impaciência com processos que exigem tempo e esforço contínuo.

Lei da semeadura é regra vigente

No entanto, a realidade do mercado é implacável: o sucesso profissional raramente surge da noite para o dia. A lei da semeadura — onde colhemos o que plantamos — é uma regra vigente que exige comprometimento e foco para que resultados sólidos sejam alcançados.

Não há atalhos para o crescimento profissional, e essa compreensão precisa ser reforçada entre os jovens.

O equilíbrio entre o desejo de bem-estar e a disposição para trabalhar arduamente por ele é outro desafio enfrentado pela Geração Z.

Muitos valorizam o home office e a flexibilidade de horários, o que pode ser benéfico em alguns aspectos, mas o aprendizado e o desenvolvimento profissional integral demandam, em muitos casos, a presença física no ambiente de trabalho.

Conviver com colegas e líderes é essencial

A convivência direta com colegas e líderes permite a observação de posturas, comportamentos e reações que são fundamentais para o amadurecimento profissional.

Diante desse cenário, como podemos orientar a Geração Z para que ela esteja melhor preparada para o mercado de trabalho?

É imperativo que a Geração Z aprenda a tomar decisões de forma independente. Um primeiro passo é desestimular o hábito de recorrer aos pais em momentos cruciais, como entrevistas de emprego.

O mercado valoriza quem sabe resolver problemas por conta própria, e a independência é uma habilidade que precisa ser desenvolvida desde cedo.

Em vez de buscar resultados rápidos, é essencial que os jovens compreendam que o sucesso profissional é fruto de esforço contínuo e aprendizado.

Mentores e líderes podem ser peças-chave nesse processo, oferecendo exemplos reais de que o progresso é construído com perseverança e paciência.

Habilidades como comunicação, inteligência emocional e resolução de problemas são cada vez mais demandadas no ambiente corporativo.

Investir no aprimoramento dessas competências é crucial para que a Geração Z se destaque e tenha sucesso em um mercado de trabalho altamente competitivo.

Thiago Bassetti é CEO da NBS Educação. Foto: Acervo pessoal

Embora a tecnologia seja parte inerente da vida dessa geração, o excesso de exposição ao mundo digital pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades práticas e a capacidade de lidar com as demandas do mundo real.

Incentivar momentos de desconexão e atividades presenciais pode ajudar a equilibrar expectativas e preparar melhor esses jovens para os desafios profissionais.

A Geração Z, sem dúvida, tem grande potencial para inovar e liderar no mercado de trabalho.

Entretanto, precisa entender que o imediatismo não substitui o esforço contínuo, a paciência e a responsabilidade — pilares indispensáveis para a construção de uma carreira sólida e bem-sucedida.

O caminho para o sucesso pode ser longo, mas é trilhado com consistência e determinação.

Thiago Bassetti

CEO da NBS educação. Professor, especialista em educação e gestão de carreiras

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