Os sentidos estão diretamente relacionados à forma como os animais percebem o mundo a sua volta, e têm tudo a ver com a evolução das espécies e a adaptação aos ambientes em que vivem. Por isso é tão interessante conhecer como funcionam os sentidos nos diferentes bichos. Já parou para pensar como é a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato do seu pet? Nem tudo que escutamos comumente sobre eles está cientificamente comprovado! Veja como funcionam os sentidos de acordo com a ciência.
Visão
Nos humanos, a visão é um sentido considerado muito importante, principalmente para o reconhecimento do mundo a nossa volta. Já no caso dos cães, há outros sentidos que podem ser considerados mais aguçados que a visão, apesar de em alguns aspectos haverem “vantagens” com relação aos humanos. A visão noturna, por exemplo, é muito mais apurada nos cachorros: segundo cientistas, no escuro a visão funciona 40% melhor que para nós; o ângulo de visão também é mais amplo, devido ao posicionamento dos olhos. Já a distinção de cores é um pouco mais limitada, pelo fato de a visão ser bicromática (enquanto a dos humanos é tricromática) – na prática, funciona como se fossem daltônicos. Além de captarem menos cores, também não há tanta distinção de detalhes, especialmente para objetos localizados bem perto de seus olhos. Isso porque a visão humana conta com uma porção de fotorreceptores na área central das retinas, chamadas de fóveas, que permitem ver bem objetos a poucos centímetros do nosso nariz. A ausência delas nos animais torna difícil o reconhecimento de um brinquedinho a uma distância de aproximadamente 25 a 40 centímetros do focinho, por exemplo.
Audição
Não é difícil constatar que os cães possuem audição afiada: é só observar como eles percebem a chegada dos donos bem antes das pessoas que estiverem por perto, muitas vezes pelo barulho da chave vindo de longe. Mais precisamente, eles são capazes de escutar a uma distância quatro vezes maior que a dos humanos. Com suas orelhas direcionáveis, os cães captam a direção e origem do som com precisão em seis centésimos de segundo e, enquanto um som que passe os 20 mil hertz seja inaudível para nós, os cães chegam a escutar até os 45 mil hertz. Essa incrível capacidade de ouvir o ultrassom (vibração numa frequência superior à audível pelo sistema auditivo humano) pode ser utilizada inclusive para o adestramento dos animais, treinando-os a determinados comportamentos a partir do som de um apito especial.
Olfato
Para os cães, o olfato é um sentido fundamental, considerado inclusive o principal deles. Enquanto o homem possui cerca de 6 milhões de células olfativas dentro do nariz, nos cachorros existem entre 120 e 300 milhões! A natureza “farejadora” também está relacionada à quantidade de ramificações dos nervos olfativos na cavidade nasal, que ocupam 160cm² (no homem o número é de 5cm²), e de sensores olfativos, trinta vezes maior que a de um ser humano. Os cachorros possuem também um órgão chamado de vomeronasal, localizado acima do céu da boca, que detecta os hormônios que os animais liberam (incluindo os humanos). Com esse órgão, o animal realiza uma enorme variedade de reconhecimentos, como identificar parceiros em potencial, distinguir entre animais amigáveis e hostis e até mesmo perceber nossas emoções. Ou seja, é em grande parte pelo olfato que nossos aumigos percebem o mundo!
Paladar
O paladar não é um sentido muito desenvolvido nos cãezinhos, que possuem um número quase nove vezes menor de papilas gustativas em relação a nós. Por isso, o sabor dos alimentos não é tão relevante para eles (já percebeu como eles costumam simplesmente devorar a comida?), e está na verdade bastante relacionado ao olfato. Ainda assim, os cães percebem a diferença entre os sabores básicos, como salgado, doce, azedo e amargo. Estudos comprovam também que a palatabilidade dos alimentos para eles se dá por uma associação de aspectos físicos e químicos, tendo relação com o odor, textura, tamanho, temperatura e sabor dos alimentos; além disso, a percepção do gosto variará conforme a idade e até o sexo do animal.
Tato
Nos filhotes, o tato será um dos primeiros sentidos a funcionar, ativando no pet a percepção das texturas e ajudando no reconhecimento das mamães, das superfícies e até dos donos (afinal, é por ele que o filhotinho desenvolverá o gosto pelo carinho!). À pele se atribuem também as sensações térmicas, tácteis e de dor, graças a terminações nervosas que estão distribuídas irregularmente pelo corpo. Há locais, como as vibrissas (os bigodinhos presentes no focinho), que pela sensibilidade aguçada cumprem um importante papel, como um “radar” para detectar estímulos externos.
Com informações de: Super Interessante, TEDEd, Bitcão