Livros grandes, chamados de “calhamaços”, muitas vezes assustam quem ainda não tem o hábito da leitura. É verdade que alguns tem lá suas duas mil páginas, a exemplo de Guerra e Paz, de Liev Tolstói, mas a literatura brasileira e mundial está repleta de excelentes livros que podem ser lidos em poucas horas. Então, que tal turbinar a sua meta de leitura de 2020? Para te ajudar, separei 10 livros para ler em um dia, olha que maravilha!
A maior parte eu li rapidinho mesmo, e nem te conto que meu ritmo de leitura não é dos mais velozes. Gosto de apreciar a leitura com calma, reler alguns trechos que não entendi ou me emocionaram. Pode ser que você gaste até menos tempo do que eu. Preferi deixar as sinopses oficiais dos livros para não dar nenhum spoiler (vai que, né?). Vamos lá?
Livros para ler em um dia
1 – A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água (Jorge Amado)
Ano: 1959
Tamanho: 120 páginas
Sinopse oficial: “Saí da leitura dessa extraordinária novela […] com a mesma sensação que tive, e que nunca mais se repetiu, ao ler os grandes romances e novelas dos mestres russos do século XIX”, declarou Vinicius de Moraes. Escrita em 1959, esta pequena obra-prima de concisão narrativa e poética é tida por muitos como uma das mais extraordinárias novelas da nossa língua.
Numa prosa inebriante, que tangencia o fantástico sem perder o olhar aguçado para as particularidades da sociedade baiana, Jorge Amado narra a história das várias mortes de Joaquim Soares da Cunha, vulgo Quincas Berro Dágua, cidadão exemplar que a certa altura da vida decide abandonar a família e a reputação ilibada para juntar-se à malandragem da cidade.
Algum tempo depois, Quincas é encontrado sem vida em seu quarto imundo. Sua envergonhada família tenta restituir-lhe a compostura, vesti-lo e enterrá-lo com decência; mas, no velório, os amigos de copo e farra dão-lhe cachaça, despem-no dos trajes formais e fazem-no voltar a ser o bom e velho Quincas Berro Dágua. Levado ao Pelourinho, o finado Quincas joga capoeira, abraça meretrizes, canta, ri e segue a farra em direção à sua segunda e agora apoteótica morte.
2 – O Alienista (Machado de Assis)
Ano: 1882
Tamanho: 104 páginas
Sinopse oficial: Clássico da literatura brasileira, este texto de Machado de Assis continua sendo, cento e trinta anos depois de sua publicação original, uma das mais devastadoras observações sobre a insanidade a que pode chegar a ciência. Tão palpitante quanto de leitura prazerosa, O alienista é uma dessas joias da ficção da literatura mundial.
Médico, Simão Bacamarte passa a se interessar pela psiquiatria, iniciando um estudo sobre a loucura em Itaguaí, onde funda a Casa Verde – um típico hospício oitocentista -, arregimentando cobaias humanas para seus experimentos. O que se segue é uma história surpreendente e atual em seu debate sobre desvios e normalidade, loucura e razão.
Obs: Essa obra está dispoível gratuitamente na versão digital no site Domínio Público (Clica aqui)
3 – A morte de Ivan Ilitch (Liev Tolstói)
Ano: 1886
Tamanho: 96 páginas
Sinopse oficial: Nesta novela – considerada uma das mais perfeitas já escritas, Tolstói narra a história de Ivan Ilitch, um juiz de instrução que, depois de alcançar uma vida confortável, descobre que tem uma grave doença. A partir daí, este passa a refletir sobre o sentido de sua existência, numa experiência-limite de rara força poética, que só a grande literatura consegue traduzir.
4 – O cavaleiro preso na armadura (Robert Fisher)
Ano: 1999
Tamanho: 112 páginas
Sinopse oficial: Uma fábula para que busca a trilha da verdade. Um conto cativante que traz muita sabedoria de vida ao estilo de Fernão Capelo Gaivota e O pequeno príncipe. O cavaleiro que protagoniza esta fábula vive em busca do seu verdadeiro eu, mas não encontra as verdades que procura por estar sempre preso em sua armadura pronto para guerrear. A história funciona como uma orientação para adultos e jovens que acabam se distanciando dos amigos e da família, seja por estabelecerem outras prioridades, ou simplesmente por não saberem como demonstrar carinho.
5 – A princesa salva a si mesma neste livro (Amanda Lovelace)
Ano: 2016
Tamanho: 208 páginas (Obs.: como o livro é de poesias, dá pra ler rapidinho mesmo)
Sinopse oficial: A princesa salva a si mesma neste livro, de Amanda Lovelace, é comparado ao fenômeno editorial Outros jeitos de usar a boca, de Rupi Kaur, com o qual compartilha a linguagem direta, em forma de poesia, e a temática contemporânea. É um livro sobre resiliência e, sobretudo, sobre a possibilidade de escrevermos nossos próprios finais felizes. Não à toa A princesa salva a si mesma neste livro ganhou o prêmio Goodreads Choice Award de melhor leitura do ano de 2016, escolha do público.
Esta é uma obra sobre amor, perda, sofrimento, redenção, empoderamento e inspiração. Dividido em quatro partes (“A princesa”, “A donzela”, “A rainha” e “Você”), o livro combina o imaginário dos contos de fada à realidade feminina do século XXI com delicadeza, emoção e contundência. Amanda, aclamada como uma das principais vozes de sua geração, constrói uma narrativa poética de tons íntimos e cotidianos que acolhe o leitor a cada verso, tornando-o cúmplice e participante do que está sendo dito.
Acessível e de fácil compreensão, seu A princesa salva a si mesma neste livro vai tocar os corações até mesmo de quem não gosta ou não tem o hábito de ler poesia, pois aborda sentimentos comuns a qualquer ser humano, principalmente às mulheres.
6 – Um carinho na alma (Bráulio Bessa)
Ano: 2019
Tamanho: 160 páginas
Sinopse oficial: Depois de conquistar o coração dos brasileiros com sua Poesia que transforma e passar mais de um ano entre os autores mais vendidos do país, Bráulio Bessa volta a nos brindar com poemas que nos fazem pensar e sentir.
Em Um carinho na alma, ele amplia a gama da sua poesia, indo além do cordel tradicional – mas sem jamais abandoná-lo. Seus versos falam sobre os temas que pontuam sua obra, como o amor, a esperança e a amizade, mas também a seca, a injustiça e a falsidade, produzindo as rimas inspiradas que nunca deixam de levar um sorriso aos lábios.
Além de poeta, Bráulio é também um grande contador de histórias. Por isso, além dos poemas, o livro traz relatos de sua infância em Alto Santo, da vivência com a família e os amigos, e de suas andanças de norte a sul do Brasil, abraçando e falando com o povo que tanto lhe prestigia.
7 – O conto da ilha desconhecida (José Saramago)
Ano: 1998
Tamanho: 64 páginas
Sinopse oficial: Um homem vai ao rei e lhe pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que é desconhecida. O homem argumenta que assim são todas as ilhas até que alguém desembarque nelas.Este pequeno conto de José Saramago pode ser lido como uma parábola do sonho realizado, isto é, como um canto de otimismo em que a vontade ou a obstinação fazem a fantasia ancorar em porto seguro.
Antes, entretanto, ela é submetida a uma série de embates com o status quo, com o estado consolidado das coisas, como se da resistência às adversidades viesse o mérito e do mérito nascesse o direito à concretização. Entre desejar um barco e tê-lo pronto para partir, o viajante vai de certo modo alterando a idéia que faz de uma ilha desconhecida e de como alcançá-la, e essa flexibilidade com certeza o torna mais apto a obter o que sonhou.
“…Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não saímos de nós…”, lemos a certa altura. Nesse movimento de tomar distância para conhecer está gravado o olho crítico de José Saramago, cujo otimismo parece alimentado por raízes que entram no chão profundamente.
8 – A Metamorfose (Franz Kafka)
Ano: 1915
Tamanho: 104 páginas
Sinopse oficial: A metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. Sem a menor cerimônia, o texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante – o famoso Gregor Samsa – transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana – tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal.
9 – O pequeno príncipe (Antoine de Saint-Exupery)
Ano: 1943
Tamanho: 160 páginas
Sinopse oficial: Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida. Com essa história mágica, sensível, comovente, às vezes triste, e só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry criou há 70 anos um dos maiores clássicos da literatura universal.
Não há adulto que não se comova ao se lembrar de quando o leu quando criança. Trata-se da maior obra existencialista do século XX, segundo Martin Heidegger. Livro mais traduzido da história, depois do Alcorão e da Bíblia.
10 – Mar-me-quer (Mia Couto)
Ano: 2012
Tamanho: 72 páginas
Sinopse oficial: Um dia o padre Nunes me falou de Luarmina, seus brumosos passados. O pai era um grego, um desses pescadores que arrumou rede em costas de Moçambique, do lado de lá da baía de S. Vicente. Já se antigamentara há muito. A mãe morreu pouco tempo depois. Dizem que de desgosto. Não devido da viuvez, mas por causa da beleza da filha. Ao que parece, Luarmina endoidava os homens graúdos que abutreavam em redor da casa.
A senhora maldizia a perfeição de sua filha. Diz-se que, enlouquecida, certa noite intentou de golpear o rosto de Luarmina. Só para a esfeiar e, assim, afastar os candidatos. Depois da morte da mãe, enviaram Luarmina para o lado de cá, para ela se amoldar na Missão, entregue a reza e crucifixo. Havia que arrumar a moça por fora, engomá-la por dentro. E foi assim que ela se dedicou a linhas, agulhas e dedais. Até se transferir para sua atual moradia, nos arredores de minha existência.
Ufa! Que tal encarar o desafio de 10 livros em 10 dias? Com tantas dicas de livros para ler em um dia, já fiz a parte mais difícil, que é selecionar as obras. Agora é com você!
Excelente, filhinha.
“Memória de minhas putas tristes” de Gabriel Garcia Marquez e “Revolução dos Bichos” de Orwell também podem compor a lista!!
Duas excelentes dicas! Apesar de que Revolução dos Bichos eu não levei um dia, porque ficava tão impressionada com a história que parava para pensar ao longo das páginas. Acho que levei uns 3 dias, rs.
Mas ainda vou ampliar a lista. Tem muito livro bom que dá para ser lido rapidinho, né? Obrigada pela sugestão!
Um beijo,
Queria ler todos!
Por que não? Vai levar só 10 dias 😉
Parabéns pelo site e pelas dicas está ajudando muito! 498337275
O menino do dedo verde é outro que dá pra ler em um dia.
Adorei a sua lista .
Dessas obras já li O cavaleiro preso na armadura e achei muito interessante: Os sentimentos, os relacionamentos que vamos fazendo ao longo da vida. Enfim, gostei, muito!
E sugiro um clássico : O meu pé de laranja lima