Alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) pretendem manter o protesto, com portões de acesso à instituição fechados, mesmo ao longo da noite desta terça-feira (30). A decisão veio após tentativa de reunião por parte de estudantes com o reitor ou vice-reitor da federal.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou, em nota, que, junto com outros estudantes se reuniu para pensar as perspectivas de negociação com a Administração Central.
“Decidimos não aceitar uma conversa apenas com o pró-reitor Gustavo Forde, pois a reitoria historicamente tem usado a figura do pró-reitor para dialogar com os estudantes; embora seja uma autoridade importante da administração central, em seus limites não há a mesma governança de negociação e decisão como a do reitor Paulo Vargas. Entretanto, o reitor posicionou-se a não sentar com os estudantes, nem aceitar a mediação da reunião da Adufes, Sintufes, Diretores de centros e Mandatos políticos. Dado isso, exigimos que pelo menos o Pro-reitor estivesse na comissão da Administração Central junto a comissão de estudantes.
Fomos a reunião agora, as 15h00 com uma comissão de 12 estudantes (4 diretores do DCE e outros 8 estudantes dos GT’s de diferentes forças do movimento estudantil e independentes).
Mas o Vice reitor não compareceu, decidimos por nós despedir da reunião em protesto a omissão do Reitor e Pro-reitor
Estamos retornando para as ocupações dos Campus Goiabeiras e Maruípe para dar retornos mais precisos aos demais estudantes das ocupações e soltaremos um vídeo explicado em nossas redes para os demais estudantes”.
Ufes divulgou posicionamento dizendo que busca diálogo
O protesto acontece desde a noite desta segunda-feira (29), tendo assim se mantido ao longo desta terça (30), por conta das mudanças nas roletas de acesso ao Restaurante Universitário (RU). Diante do caso, a instituição se manifestou por meio de nota oficial.
A respeito do funcionamento do RU nesta quarta-feira (31), a Ufes informou que “está verificando a informação”.
Segundo posicionamento da universidade, foi reiterado que não houve atualização recente nos valores cobrados pelas refeições servidas pelos Restaurantes Universitários e que o reajuste desses valores foi feito pela última vez em 2018. Neste sentido, aos alunos pagantes há o custo de R$ 5 para as refeições.
A instituição de ensino ainda destacou que o preço atual nos restaurantes da Ufes corresponde a aproximadamente 40% do custo da refeição servida no RU, o que significa que há um subsídio de cerca de 60%.
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Ainda de acordo com a Ufes, é mantido um Programa de Assistência Estudantil que assegura aos estudantes participantes a isenção total do preço da refeição nos RUs, ou seja, a gratuidade, que beneficia cerca de 4.500 estudantes, o que corresponde a 25% dos discentes.
Por todos os motivos apontados, a universidade ressaltou:
• A Administração Central considera essencial o bom convívio, a cordialidade e o respeito com o conjunto das trabalhadoras e trabalhadores que constroem cotidianamente os diversos espaços-tempos da nossa Universidade, em especial, as equipes de trabalhadoras dos Restaurantes Universitários;
• A Administração Central reafirma que está empenhada em manter a qualidade e aprimorar os serviços do Restaurante Universitário. Para isso, é importante que o clima de diálogo seja mantido e que não se repitam fatos como os ocorridos na noite dessa segunda-feira, quando alguns dos que ocuparam o prédio da Reitoria se exaltaram, adotando práticas ofensivas e impedindo a livre circulação de integrantes da Administração Central;
• Reafirma o seu apoio ao direito de manifestação com respeito e com o compromisso de todos de construir o diálogo como o melhor caminho para a solução dos problemas.
De acordo com a gestão da Ufes, a manifestação que aconteceu dentro do RU de Goiabeiras nesta segunda-feira (29) gerou grandes dificuldades para que o atendimento fosse realizado.
“Esse fato se somou a um conjunto de situações que vêm se acumulando e gerando descontentamento, insegurança e até mesmo adoecimento das trabalhadoras e dos trabalhadores do Restaurante Universitário de Goiabeiras”, pontuou a nota.
Protesto deixou alunos sem aulas
Com o protesto, alunos ficaram sem aulas e restaurante universitário que continua sem funcionar na Ufes. Assim, continua a indefinição sobre o funcionamento dos restaurantes universitários e o dia foi de protestos de estudantes, com portões obstruídos impedindo a entrada e saída de veículos.
A administração central da Ufes informou que não houve a suspensão das atividades, porém alunos e professores relataram dificuldades para entrar na universidade, e acabou que muitos não tiveram aulas.
O estopim para o início dos protestos foi o fechamento do restaurante após um “roletaço” promovido pelos estudantes.
Com o ato, a universidade teria apertado o cerco para quem pulava as catracas do RU sem pagar.