Durante muito tempo na história, os objetivos das instituições acadêmicas e industriais trilharam por caminhos distintos. As primeiras, de forma geral, eram exclusivamente focadas no ensino e na pesquisa, com a criação de conhecimento em ações de longo prazo. Já as indústrias, com visão de curto prazo, direcionavam suas atividades ao atendimento das necessidades de seus clientes e acionistas, com foco na geração de lucro.
Com o decorrer dos anos, essa história começou a mudar e passou-se a dar importância também ao conhecimento acadêmico como um fator de produção. Foi daí que surgiram os primeiros acordos de relacionamento entre empresas e universidades para o desenvolvimento de novos produtos e que, mais do que promover bons resultados para ambas as instituições, tem contribuído para o fortalecimento e o crescimento da economia das regiões onde estão inseridas.
Uma experiência bem-sucedida nessa área está acontecendo no município de Serra, onde foi instalado, há cerca de dois anos, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da ArcelorMittal América do Sul (fotos Centro P&D 01, 02 e 03.jpg). Com investimento na sua implantação de US$ 20 milhões, além de investimentos anuais, o centro de pesquisas nasceu para atender às demandas de desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de processos e atendimento a clientes das unidades do Grupo ArcelorMittal na América do Sul. O foco são as inovações para as indústrias automotiva, máquinas e equipamentos, de energia (oleodutos e gasodutos, estruturas off-shore, torres eólicas), construção civil e eletrodomésticos.
Todo esse trabalho tem sido feito a partir de colaborações com universidades, institutos de pesquisa e outras entidades. A parceria, além de gerar bons resultados para a usina, ao proporcionar conhecimento, ideias e inovações, tem propiciado frutos também para as instituições acadêmicas.
Iniciativas como essa têm posicionado a ArcelorMittal Tubarão entre as empresas que mais direcionam recursos para pesquisas no Espírito Santo. Segundo pesquisa recentemente concluída por cinco pesquisadores da Ufes sobre a usina, somente entre 2008 e 2016, a empresa aportou cerca de US$ 8,5 milhões em inovação, pesquisa e desenvolvimento. E a expectativa é avançar cada vez mais nesse número, promovendo cooperação entre as instituições, agregando valor à cadeia do aço e gerando oportunidades de crescimento para estudantes, empresas e Estado.
Mais informações sobre a pesquisa dos especialistas da Ufes podem ser conferidas no link http://tubarao.arcelormittal.com/sumario-arcelormittal-tubarao-es/index.asp.
Parcerias
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) comemora a ampliação da infraestrutura física do seu Laboratório de Fenômenos de Transporte Computacional (LFTC), inaugurado e aprimorado graças a uma parceria com o Centro de P&D da ArcelorMittal (foto inauguracao.jpg). No Laboratório, cerca de 15 estudantes de graduação e mestrado fazem anotações, testes e simulações em softwares de última geração, focados na busca por inovações que resultem em melhoria da produtividade e geração de novas soluções para os processos e controles ambientais das empresas do Grupo.
Com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), unidade de Vitória, o Centro de P&D está desenvolvendo dois projetos de pesquisa com bolsa para alunos de graduação e mestrado. O objeto de estudo é a produção de aços especiais e a melhoria do processo de produção do aço.
O Centro também tem promovido aproximação e parcerias, com ofertas de bolsas, para alunos de outras instituições, como o Ifes Serra, a Universidade Vila Velha (UVV), a Faesa e a UCL. Junto ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a meta tem sido o desenvolvimento de startups locais (pequenas e médias empresas) para atender à unidade da ArcelorMittal Tubarão em demandas de inovação, tais como uso de drones, digitalização de peças, bigdata e impressão 3D, dentre outros. Com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado, o projeto é desenvolver novas metodologias ligadas à segurança e à gestão do conhecimento. Fora isso, a empresa também tem oferecido, com frequência, programa de estágio de nível superior em várias áreas da cadeia do aço.
De acordo com o gerente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento, Charles Martins (foto Charles Martins.jpg), assim como ocorre com os outros 11 centros de pesquisa da ArcelorMittal, conceitualmente, o Centro de P&D atua por meio de parcerias internas, com unidades de automação, meio ambiente, assistência técnica e outras, e de parcerias externas, com universidades e entidades tecnológicas.
E os reconhecimentos a esse trabalho já estão aparecendo. “As contribuições do Centro às iniciativas de inovação no Brasil do Grupo ArcelorMittal têm resultado em importantes reconhecimentos e premiações”, afirma.
Somente ao longo de 2017, foram conquistados relevantes prêmios como: 150 empresas mais inovadoras (Jornal Valor Econômico), na categoria de “Indústria de Base e Metalurgia”; Melhores e Maiores 2017 (Revista Exame), como “Melhor empresa do setor de Siderurgia e Metalurgia”; empresa privada que mais investiu em pesquisas no Espírito Santo em 2017 (Governo do Estado, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional); 10 Empresas Mais Inovadoras do Brasil (Forbes), por inovar criando aços mais leves para deixar automóveis mais eficientes e menos poluentes; Inovação Global e Inovação Américas, dentre outros.