Geral

Bombeiros capixabas relatam cenário de guerra após missão na Turquia

A equipe brasileira, composta por 42 profissionais de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, além do Distrito Federal, ajudou no resgate após o terremoto

Foto: Fotos: Corpo de Bombeiros

Bairros inteiros em ruínas, mar de destroços e amontoado de destruição: o cenário de guerra encontrado pelos bombeiros militares do Espírito Santo, durante a missão na Turquia, impressionou até os combatentes mais experientes. O abalo sísmico, registrado no dia 6 de fevereiro, atingiu a magnitude 7,8 na escala Richter. 

Mesmo com experiência em operações envolvendo desastres e desabamentos, o major Siwamy Reis dos Anjos descreve a complexidade da situação encontrada no país. 

“Pegamos cenários muito complexos, tudo era muito intenso, nada se compara aos casos que vimos no Espírito Santo, era um verdadeiro cenário de destruição”, descreveu. 

Após 18 longos dias, trabalhando na missão humanitária na Turquia, no país que foi devastado pelo terremoto que matou mais de 50 mil pessoas no Oriente Médio, os bombeiros militares retornaram para o Espírito Santo.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Sob muita emoção, os familiares dos militares relataram como foi o tempo longe das pessoas que amam. A empresária Tainara Pereira Torezani, esposa de um dos combatentes, relatou a aflição de ficar distante do marido.

“Foi algo surpreendente, não tínhamos passados por algo tão grande. Tive muito medo, mas sabíamos que ele tinha um propósito maior. Entretanto, quando os outros abalos secundários aconteceram sentíamos muito medo de acontecer algo, o reencontro é melhor ainda, o sentimento de gratidão”, destacou Tainara.

A equipe brasileira, composta por 42 profissionais de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, além do Distrito Federal, foi para o país no dia 8 de fevereiro. Durante ação, a equipe capixaba localizou cinco corpos em meio aos escombros, além de um gato com vida.

Os equipamentos utilizados pelos bombeiros capixabas também foram fundamentais para a localização das vítimas, na Turquia. Segundo o bombeiro  Vinicius Sperancini, durante as ações foram utilizadas câmeras que conseguem acessar os escombros, até mesmo em locais pequenos e estreitos.

“Usamos os equipamentos como a câmera de inspeção,  fibroscópio e o sensor sísmico para realizar a busca técnica. Quando a vítima é localizada usamos o corta-disco para cortar as ferragens, alguns equipamentos só a equipe capixaba possuía e eles são essenciais para as buscas e salvamento”, destacou o especialista. 

Outra ajuda determinante foi a cadela Case, os profissionais ressaltaram que ela indicou o local da maioria dos corpos encontrados e tem experiência em missões de resgate. 

Os bombeiros fazem parte do Centro Especializado de Resposta a Desastres, que acompanhou uma delegação brasileira de 42 profissionais do Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.

Mais de 50 mil pessoas morreram após o tremor de magnitude 7,8,  numa escala que vai até 10. O abalo sísmico foi o mais forte já registrado desde o ano de 1939. Os trabalhos de resgate continuam, já que ainda há desaparecidos.

*Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/ Record TV  

LEIA TAMBÉM: Motociclista morre após sofrer acidente no Centro de Vila Velha

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtora Web
Produtora Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória