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Brasileiro da Organização Mundial de Saúde alerta para erros da Itália

Jarbas Barbosa afirma que países não podem subestimar disseminação do coronavírus e que estratégia pode evitar mortes

Foto: Arquivo/Anvisa
Jarbas Barbosa: contenção é primeira linha de defesa

Evitar os erros cometidos pela Itália devem ser o foco estratégico de países que esperam o aumento de casos do coronavírus em todo o mundo. O fato de o governo italiano ter demorado a perceber a circulação do vírus sobrecarregou o sistema de saúde. As afirmações são do médico brasileiro Jarbas Barbosa, vice-diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“É preciso manter a estratégia de hoje, mas acelerar a de amanhã. Para não ocorrer como na Itália. Lá, infelizmente, não perceberam que havia transmissão. Só começaram a notar quando estavam chegando casos graves e mortes”. 

Barbosa aponta que a primeira linha de defesa é a contenção, com a preparação da rede de assistência para receber pacientes e isolamento de pessoas que tiveram contatos com pacientes confirmados.

A próxima fase deve ser o trabalho de salvar vidas e o foco é em  idosos e pessoas com doenças crônicas, considerados os grupos com maior risco de morte. Uma decisão importante nessa fase pode ser deixar jovens em casa, para evitar que se contaminem e usem leitos de hospitais, essenciais para tratamento de pacientes de risco.

Barbosa afirma ainda que não há “bala de prata” para resolver o surto da doença, mas um “conjunto de ações”.  “Quando não há transmissão comunitária disseminada, você está prevenindo o quê (ao determinar afastamento social)? Mas, também não pode demorar, senão a transmissão sobrecarrega o serviço de saúde”.

Ex-secretário do Ministério da Saúde e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Barbosa elogia a “liderança” do ministro Luiz Henrique Mandetta. “O Brasil tem uma boa preparação sobre isso. Já lidou com outras epidemias. Está num bom caminho”, disse.