A novela do Cais das Artes, na Enseada do Suá, em Vitória, deve ganhar mais um capítulo até o final deste ano. De acordo com o governador Renato Casagrande, o local deve ser concedido à iniciativa privada e pode receber atrações culturais ou ser ocupado pelo setor tecnológico.
De acordo com Casagrande, candidato à reeleição para o governo do Estado, ainda há pendências jurídicas que impedem a retomada das obras, mas a solução pode ser a concessão com a iniciativa privada.
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“O caminho que vamos ter é uma concessão. Vamos ver quem tem interesse para discutir uma ocupação ali de uma base cultural ou tecnológica. Vamos fazer um esforço grande para resolver isso ainda este ano”, disse, durante uma sabatina realizada nesta segunda-feira (29).
Casagrande destacou que uma proposta de manifestação de interesse deve ser publicada em breve. Dentre as exigências, está a apresentação do aspecto cultural do local, com espaços para exposições, teatros, shows, restaurante e ser aberto à visitação de escolas.
Retomada das obras era prometida para o primeiro semestre
Em abril deste ano, o diretor-presidente do Departamento de Edificações e Rodovias (DER-ES), Luiz Cesar Maretto, disse à Coluna De Olho no Poder que as obras do Cais das Artes deveriam ser retomadas no primeiro semestre.
Segundo ele, só faltariam alguns ajustes entre as partes do contrato para retomar as obras do museu que estão paradas desde 2015. Maretto disse à coluna que teria uma reunião com a empresa para chegarem a um acordo.
O diretor do DER disse que é difícil retomar uma obra após sua paralisação. “Retomar é muito difícil. A empresa pediu uma série de pagamentos, aí se instaurou a briga, judicializou. Mas, estou na luta. A obra que eu quero terminar é o Cais das Artes”, disse Maretto.
Maretto não é muito afeito à ideia de se mudar o projeto original, mas não é o DER quem irá definir a forma de uso. Seguindo o projeto original, a previsão, segundo Maretto, é de gastar mais R$ 100 milhões para a conclusão da obra – já foram gastos R$ 129 milhões. Isso se a obra for retomada tomando como base o mesmo contrato e as mesmas condições estabelecidos em 2013, quando houve a troca de empresa.
Parado há 7 anos
Não é a primeira vez que o governo promete retomar as obras do Cais das Artes paralisadas em 2015. Em 2020 e no ano passado, também ocorreram tentativas de retomadas, mas sem sucesso, uma vez que o contrato foi judicializado.
O contrato para o início das obras do Cais das Artes, na Enseada do Suá (Vitória), foi assinado em março de 2010 e orçado em R$ 115,5 milhões. A entrega do museu estava prevista para 2012, mas a construtora faliu.
Houve mudança de empresa em 2013, a obra foi retomada, mas paralisada em 2015. Em 2018 foi contratada uma outra empresa, ao custo de R$ 3 milhões, para dar consultoria e gerenciar a obra, que continua parada e está longe de ser concluída.