O freio do caminhão de transporte de combustível, envolvido em um acidente na manhã desta segunda-feira (10) em Afonso Cláudio, na região serrana do Estado, pode não ter funcionado no momento em que o condutor do veículo tentava evitar a batida. O acidente resultou na morte do motorista do caminhão, que ficou carbonizado e ainda não foi identificado.
A batida aconteceu por volta das 9h50, na rodovia estadual que liga Afonso Cláudio à BR-262, na entrada do distrito Fazenda Guandu. Testemunhas contaram que o motorista passou pelo trecho buzinando, como forma de alerta, o que pode indicar que o caminhão teria perdido o freio.
“As testemunhas informaram que essa carreta perdeu o freio e atingiu um ponto de ônibus. E, nesse ponto de ônibus, havia um motociclista junto com sua moto, uma Biz. Outros relatos informaram que esse motorista do caminhão conseguiu buzinar e alertar para que esse motociclista saísse a tempo, e ele não foi atingido”, disse a tenente Andresa, da assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros.
Com a batida, o caminhão tombou e pegou fogo. A pessoa que dirigia o veículo ficou presa às ferragens e morreu carbonizada. Segundo a tenente dos bombeiros, a identificação da vítima ficará a cargo da Polícia Civil.
“A nossa equipe fez o desencarceramento da vítima, que estava presa às ferragens. Após a atuação da perícia e da Defesa Civil, as equipes conseguiram extrair o corpo e a Defesa Civil é que fica responsável pelo deslocamento”, frisou.
Combustível atingiu rio
Ainda segundo a tenente, houve derramamento total da carga transportada pelo caminhão, que acabou atingindo um rio da região. Diante disso, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) foi acionado para avaliar os danos ambientais.
“Essa carga de gasolina é uma carga grande. Então, geralmente, a gente utiliza o líquido gerador de espuma para combater, com maior eficácia, esses incêndios em líquidos inflamáveis. Esse combustível deslocou por uma canaleta, atingindo também as vegetações e o rio. Então o Iema também foi acionado nesta ocorrência”, ressaltou a tenente Andresa.
A rede elétrica da região também foi atingida. De acordo com a EDP, concessionária responsável pelo fornecimento de energia, uma equipe esteve no local e isolou o trecho. Pelo menos oito clientes tiveram o fornecimento de energia interrompido. A EDP também informou que a manutenção da rede seria feita após o local ser liberado.
O muro de uma igreja também foi atingido pelas chamas. O Corpo de Bombeiros atuou por cerca de 6 horas no local, até a contenção total do fogo. O caminhão ficou completamente destruído. A pista nos dois sentidos da rodovia precisou ser interditada.
A tenente do Corpo de Bombeiros falou sobre como funciona o trabalho da equipe em acidentes envolvendo produto inflamável. “Existe uma série de normas que compete à agência nacional de trânsito, que regula o transporte dessas cargas. Nesse destombamento, pode ser que caia óleo na pista e a equipe precisa realizar a limpeza de pista. Então, ao todo, quase seis horas de atuação, algumas horas combatendo e resfriando o local e agora aguardando essa virada da caçamba”.
Por meio de nota, o Iema informou que o caminhão envolvido no acidente transportava diesel e gasolina. Segundo o instituto, a contenção do combustível que vazou no rio está sendo feita pela empresa que dá suporte à transportadora.
O Iema disse ainda que a equipe de fiscalização do órgão segue gerenciando e monitorando os trabalhos no local. Informou também que a área atingida será monitorada por um período após a limpeza, para avaliar os danos ambientais.
Já a Polícia Civil informou, também em nota, que o corpo da vítima foi encaminhado para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim, para ser feito o exame cadavérico e para ser liberado para os familiares. O procedimento foi encaminhado para a Delegacia de Polícia de Afonso Cláudio.
A assessoria de comunicação da PCES disse também que não tem autorização de passar informações sobre a identificação e liberação de corpos. Segundo a assessoria, essas informações só são passadas com autorização das famílias das vítimas.
Com informações do repórter Waslley Leite, da TV Vitória/Record TV
