Por conta da pandemia e o isolamento social, o convívio e os conflitos entre casais tem aumentado. Por isso, a campanha “Conectadas e Protegidas”, que a Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid) criou, tem como objetivo alertar sobre a violência contra as mulheres e onde elas podem pedir ajuda.
Um dos temas abordados é a divisão de tarefas dentro de casa. A ideia é desmistificar que a mulher é a responsável sozinha pelas tarefas do lar, compartilhando os afazeres também com seu companheiro ou também com outras pessoas que vivem na residência, como pai, tios e primos.
Outros temas, como assédio nos coletivos, alerta para vizinhos fazerem a denúncia e onde buscar ajuda em caso de agressão, também são abordados pela campanha.
A campanha é divulgada nas redes sociais, aplicativos de mensagens, nos coletivos municipais, nos serviços de saúde e assistência social em funcionamento e também em estabelecimentos comerciais de Vitória.
Imposição
Para o gerente de Direitos Humanos da Semcid, Fabiano Soares, historicamente, a sociedade tenta legitimar as atividades do lar como sendo de responsabilidade apenas da mulher.
“A nossa campanha vem justamente contrapor essa tentativa de impor às mulheres essa responsabilidade. Hoje não cabe mais isso e não caberia em tempo algum determinar que elas tenham que cuidar dos filhos e dos afazeres domésticos. E o que nós, homens, fazemos não pode ser considerado uma ajuda. Essa é uma responsabilidade que também é nossa”, reforçou.
Acompanhamento
A secretária de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Renata Freire, destaca que um dos principais canais de atendimento é o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv).
O serviço está funcionando em regime de plantão telefônico, pelo número 99520-1927. O atendimento, que oferece acompanhamento psicossocial para as mulheres, é feito de segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas.
“As mulheres precisam saber que não estão sozinhas neste momento de isolamento social e que podem contar com o apoio do Poder Público para buscar orientação devida, atendimento especializado e proteção. Juntas e conectadas, podemos interromper o ciclo de violências e, consequentemente, garantir seus direitos e a dignidade humana”, destacou Renata Freire.
Os casos de conflitos entre casais dentro de casa também podem ser denunciados pelos telefones 180 ou 190.