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Fenômeno natural provocou queda de rocha em Capitólio, conclui polícia

Ninguém foi indiciado pelo acidente. A polícia, no entanto, fez uma lista com sugestões de medidas para aumentar a segurança dos turistas na região

Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros MG

O inquérito policial que investigava as causas da tragédia que matou dez pessoas em Capitólio, Minas Gerais, foi concluído pela Polícia Civil. De acordo com as investigações, a queda da estrutura rochosa ocorreu por conta de um fenômeno natural de erosão.

O delegado responsável pelo caso, Marcos Pimenta, explicou que as apurações não encontraram responsáveis pela tragédia e que, por isso, não haverá indiciamento

O geólogo responsável pelo laudo técnico, Otávio Guerra, explicou que o tombamento ocorreu após uma sequência de eventos naturais. De acordo com o especialista, a queda está relacionada ao processo de remodelamento do relevo, o que se repete em toda a região dos cânions da cidade. 

É fundamental que se comece a pensar em um mapa de risco da região“, frisou Guerra.

A polícia fez uma lista com sugestão de dez medidas para serem adotadas com o objetivo de aumentar a segurança dos turistas na região conhecida como “Mar de Minas”. (Veja abaixo).

Além da investigação policial, o caso é acompanhado pelo Ministério Público Federal e pela Marinha do Brasil.

Irregularidades foram encontradas pela polícia

De acordo com o delegado, uma empresa que explora o turismo na região solicitou ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) uma autorização para realizar uma perfuração de 80 metros no local do acidente. A empresa justificou que a perfuração seria para verificar a disponibilidade de água na região. 

No entanto, segundo o delegado, as investigações descobriram que havia uma cavidade de 288 metros no local feita por uma instituição com CNPJ diferente do informado. 

Quando há um poço seco, é preciso tampar o local e comunicar o Igam em 30 dias, o que também não foi feito”, completou o delegado.

Outra questão que chamou a atenção da polícia foi a existência de um decreto municipal que previa um píer para a fiscalização das embarcações. A prefeitura relatou que o ponto foi construído, mas destruído por vândalos.

Apesar das irregularidades encontradas, segundo a polícia, esses fatos não contribuíram para a queda do cânion.  

Veja as medidas recomendadas pela Polícia Civil de Minas Gerais

1. Realização do mapeamento de todas as zonas de risco por profissionais especializados.

2. Redução do número de embarcações nos cânions.

3. Implementação de selo de identificação nas embarcações.

4. Identificação de todos os turistas que usam os barcos.

5. Uso de colete em todas as embarcações e de capacete na região dos cânions.

6. Maior integração entre os órgãos e instituições responsáveis pela concessão e fiscalização do local.

7. Proibição de passeios na região quando existir advertência da Defesa Civil.

8. Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental.

9. Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para empreendimentos turísticos.

10. Efetiva fiscalização de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais para a adoção de medidas preventivas.

Tragédia em Capitólio: Dez pessoas morreram após queda de rocha

Dez pessoas morreram após a queda de uma estrutura rochosa sobre lanchas na região dos cânions de Capitólio, no sul de Minas Gerais. O acidente aconteceu no início da tarde de 8 de janeiro. 

Mais de 30 pessoas ficaram feridas na tragédia. A queda da rocha foi registrada pelos turistas que aproveitavam o dia de lazer. Nos vídeos é possível ouvir o desespero que quem presenciou o acidente. 

*Com informações do Portal R7.

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Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
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Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.