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Capixaba desaparece ao entrar com amigos em terra indígena do Pará

Natural de Boa Esperança, William Câmara entrou no local para caçar e está desaparecido desde o último domingo (24)

Foto: Reprodução/Facebook

Um capixaba e mais dois homens estão desaparecidos desde o último domingo (24) após entrarem em uma área da reserva Indígena Parakanã, no município de Novo Repartimento, no Pará, que fica a cerca de 510 quilômetros da capital Belém.

William Santos Câmara, natural de Boa Esperança, no Noroeste do Espírito Santo, mora na cidade paraense e, junto com os amigos, identificados como Cosmo Ribeiro de Sousa e José Luís da Silva Teixeira, entraram na área indígena para caçar.

Wagney Câmara, primo de William, contou que há dois meses ele esteve no Espírito Santo para visitar familiares. No Pará, era comum que ele entrasse na mata para praticar a caça.

“O local é uma reserva indígena. Eles sempre entraram na mata para caçar e nunca deu nada. Dessa vez, entraram domingo e estão desaparecidos. Muitos falam que até viram índios passando com eles amarrados e machucados. Todos suspeitam que estão sobre cárcere privado dos índios. Já são quase sete dias e ninguém dá resposta de nada”, contou.

O primo de William relatou que a família teme que os jovens tenham sido mortos pelos índios.

“Nós achamos que os índios estão querendo destaque. Tem muita coisa acontecendo lá. Eles são pessoas comuns e não acho justo o que estão fazendo com eles. Estão errados de terem entrado na mata, mas pode ser que os índios estão cometendo crime de cárcere privado ou até de assassinato”, disse.

Justiça ordena busca e apreensão 

De acordo com o site Vanguardanr, uma decisão judicial, assinada na quinta-feira (28), ordenou a busca e apreensão na área da reserva Indígena Parakanã, e a desobstrução imediata do trecho interditado na Transamazônica (BR-230), em Novo Repartimento, onde familiares estavam.

A Justiça Federal alega que há elementos suficientes nos autos que demonstram a necessidade da medida solicitada tanto para impedir eventual prática delitiva como para proceder à análise acurada dos fatos narrados na representação.

No documento também foi oficiado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, para deslocar e manter a Força Nacional de Segurança na localidade da reserva Indígena Parakanã, por período mínimo de quinze dias, prorrogáveis, sob avaliação das forças de segurança, com o objetivo obstar ações violentas.

Ainda segundo o site Vanguardanr, familiares partiram em busca dos jovens na manhã de segunda-feira (25). Durante as buscas na reserva indígena, foram encontradas as motocicletas e outros pertences pessoais dos três.

Na terça-feira (26), indígenas realizaram buscas acompanhados de três familiares dos caçadores e o corpo de bombeiros, e a Polícia Federal e Funai foram acionadas.

Instituições se articulam para encontrar desaparecidos

Representantes de órgãos públicos se reuniram na tarde de quarta-feira (27) para definir estratégias conjuntas de investigação do desaparecimento dos três homens que teriam entrado em terra indígena no Pará.

A convite do Ministério Público Federal (MPF), participaram da reunião representantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Militar (PM), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Corpo de Bombeiros Militar.

O MPF que requisitou à PF a abertura de inquérito sobre o caso, ressaltando a necessidade de diálogo com a comunidade indígena e com os familiares dos desaparecidos, evitando o acirramento dos ânimos e conflitos.

Ao MPF os indígenas manifestaram apoio às buscas, pedindo a garantia de segurança na localidade.

*Com informações do site Vanguardanr