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Capixaba que perdeu tudo em terremoto diz que vai recomeçar a vida no ES

Ele contou que as pessoas estavam se preparando para alertas de vulcões, pois a cidade onde vivia era rodeada deles. Mais de 600 pessoas morreram

Bruce Nogueira pretende recomeçar a vida mais uma vez Foto: Reprodução

O capixaba Bruce Nogueira chegou no início da noite da última segunda-feira (2) ao Brasil, após 16 dias do terremoto que atingiu o Equador e deixou mais de 600 mortos, além de 20 mil famílias desabrigadas. Ele conseguiu voltar com a mulher e o filho após fazer contato com a embaixada brasileira quando a FAB levava ajuda humanitária ao país. 

De acordo com o capixaba, que é técnico de informática, foram momentos de terror vividos por ele e a família, que moravam na cidade de Quito, há quase um ano. “Foi no final de um sábado. Nós estávamos nos preparando para jantar, e eu estava recolhendo os brinquedos do meu filho do chão quando minha esposa começou a sentir as panelas vibrando, as janelas batendo e pensou que eu estivesse do lado de fora brincando com ela. Quando percebeu que eu estava dentro de casa, ela viu que a terra estava tremendo. Ela disse para eu pegar o nosso filho. Foi só o tempo de pegá-lo, correr para a porta de entrada e o terremoto ficou mais forte”, contou. 

Segundo ele, os tremores foram muito fortes. “Foi muito intenso, muito forte, além do barulho. A gente fica sem direção. Nós morávamos em um prédio de três andares. Quando abri a porta, todos estavam descendo. No momento também estava bastante frio. Foi só o tempo de sair e buscar um local que fosse destampado. Na rua, os postes balançavam muito e tínhamos medo dos fios de alta tenção caírem”. 

O técnico de informática disse que todos já estavam se preparando para os avisos de erupções, já que o local onde vivia era rodeado de vulcões. “Nós não sabíamos se era um vulcão que havia estourado ou se era um terremoto de fato’, explicou. 

O capixaba contou que se mudou para o Equador com a intenção de começar uma vida nova. “Aqui será da mesma forma. Recomeçar tudo outra vez, pois nós perdemos tudo. Nós não tivemos condições de comprar as passagens e nem de vender o que tínhamos lá. Agora é chegar no Espírito Santo e começar uma vida nova, um trabalho novo e sem susto de vulcão, de terremoto e de nada disso”, destacou.