O atentado ocorrido na revista Charlie Hebdo, em Paris, na França nesta manhã de quarta-feira (07) e que matou 12 pessoas, entre elas cartunistas, jornalistas e editores do veículo comoveu também representantes das categorias aqui no Estado.
O cartunista capixaba Gilberto Zappa, que trabalha há 20 anos com humor para publicações locais e internacionais, disse que estava fazendo umas das charges mais tristes da carreira. O profissional relatou que a dor é a mesma de quando teve que fazer um trabalho relacionado ao atentando americano de 11 de setembro.
“É chato quando você tem que pensar em algo que não tem futuro. O mundo não tem futuro, não tem mais solução. Eu estou sentindo um vazio, um choro que não tem lágrima”, relatou Zappa.
Outro cartunista capixaba Júlio César Pater, também está chocado com o atentado. “Nosso sentimento maior é de consternação, nossa arma é a caneta, que não mata ninguém. Ela alerta as pessoas apenas”, definiu Pater.
Os cartunistas estão preparando charges especiais em homenagem ao ocorrido. O desenho de Zappa está pronto para ser enviado para a imprensa da Espanha e de Portugal.
O Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo lamentou o ocorrido e falou sobre a importância da liberdade de expressão e de imprensa para o exercício do jornalismo. O Sindicato também prestou condolências aos amigos, familiares, e admiradores do jornal Charlie Hebdo.
Na França, capixabas relatam a sensação de medo que acomete o país após o ataque na capital francesa.
O que aconteceu:
> Homens armados invadiram o escritório da revista de humor político francesa Charlie Hebdo na manhã desta quarta-feira, em Paris, e atirarm em todos as pessoas que estavam por lá.
> Estão confirmadas 12 mortes até o momento, 10 funcionários da revista e dois policiais.
> Os homens fugiram em um carro e em seguida roubaram outro para continuar a fuga. Eles ainda estão sendo procurados pela polícia de Paris.
> Paris está sob alerta máximo.
> O presidente francês, François Hollande, disse que o país está em choque e classificou o ato como ataque terrorista
> A revista Charlie Hebdo já foi alvo de ataques anteriormente, por ter publicado cartuns ironizando o profeta Maomé. Em 2011 uma bomba foi lançada no escritório da revista que vivia recebendo ameaças constantemente.
> A revista tinha segurança da polícia de Paris e mudava de endereço constantemente para se proteger das represálias