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Casal do ES fica "preso" em Portugal por quase um mês após contrair covid-19

No meio da viagem, Elcio Paulo Teixeira e Carlos Magno Bernabé não puderam voltar ao Brasil depois de sucessivos testes de PCR detectarem que estavam infectados com coronavírus

Foto: Divulgação/ Elcio Teixeira
Os empresários Elcio Paulo (esq.) e Carlos Magno Bernabé tiveram que estender a férias, a contragosto, por mais 23 dias em Portugal

Uma viagem internacional para comemorar o aniversário de 50 anos do empresário Elcio Paulo Teixeira acabou se tornando uma grande dor de cabeça para ele e seu marido, o também empresário Carlos Magno Bernabé, 52.

Moradores de Vila Velha, eles viajaram para Portugal e acabaram sendo impedidos de deixar o país por causa de resultados de testes de exames de covid-19. 

O que era para ser uma estadia de seis dias acabou se transformando em 23. E tiveram que retornar separadamente. Tudo porque testaram positivo para o coronavírus e o Brasil exige resultado negativo para a doença a fim de liberar a entrada dos viajantes.

Mesmo após o isolamento obrigatório e não apresentando mais sintomas, o resultado do exame molecular para detectar a covid-19 dos dois continuava apresentando positivo. 

Bernabé só tomou o avião de volta para Vila Velha na última segunda-feira (27). Já Élcio retornou nesta terça (28) para o Estado. 

Transtorno começou na véspera da viagem de volta

Os dois chegaram no país europeu em 6 de setembro e ficariam por lá por seis dias, embarcando de volta ao Brasil no dia 12. No entanto, a viagem acabou se estendendo para quase um mês. 

O que poderia, à primeira vista, ser uma extensão da diversão se transformou em dias de preocupações e de incertezas. 

No dia 10 de setembro, após o RT-PCR, Bernabé testou positivo para covid-19. Em seguida, os sintomas apareceram. Teixeira fez o teste e deu resultado negativo. “Eu poderia voltar sozinho mas não iria deixar meu marido sozinho e doente em Portugal”, explica Teixeira. 

O casal cumpriu o isolamento de 10 dias desde a descoberta da doença e acabou perdendo o voo de retorno no dia 12.

Mesmo após o isolamento obrigatório e não apresentando mais sintomas, o resultado do exame molecular de ambos continuava apresentando positivo. 

O casal passou a fazer testes frequentes de PCR para agendar a viagem de volta. Também teve que adaptar a estadia para cumprir as regras de isolamento. 

Dias a mais em Portugal deixaram prejuízo de R$ 35 mil para o casal

Por conta dos dias não planejados, os capixabas tiveram um estouro no orçamento programado para a viagem. Segundo o aniversariante, ao todo R$ 35 mil foram gastos para se manter no país, sendo R$ 8 mil apenas com exames RT-PCR.

Além do gasto, os dois tiveram dificuldades com o atendimento médico local. Para manter o tratamento da covid-19, o casal foi acompanhado por médicos do Espírito Santo por meio de chamadas de vídeo. 

O seguro-saúde feito por quem viaja para o exterior cobre tratamento contra o coronavírus se houver internação hospitalar.

“Por sermos estrangeiros, só poderíamos usar o sistema público português de saúde se fôssemos registrados. E esse registro teria que ser feito via Consulado do Brasil em Lisboa. O atendimento do consulado foi ineficiente. Telefonamos mais de 40 vezes e as respostas eram vagas e imprecisas. Fomos presencialmente lá e não resolveu nada. Acredito que o cidadão brasileiro se sinta desamparado com esse atendimento do consulado”, reclama.

 A volta para o ES

Após vários testes, na segunda-feira (27), Bernabé finalmente pode dar adeus a Portugal após verificar que estava livre da covid. Já Élcio Teixeira voltou para casa ontem, após testar negativo para coronavírus no último domingo. 

“Para entrar no Brasil, deveria haver mais uma alternativa do que teste de PCR, pois ele é extremamente sensível. Em alguns casos, o resultado pode sair positivo mesmo após seis semanas que a pessoa foi curada”, comentou.

Elcio Teixeira garante que não deixarão de viajar mesmo passando por tantos transtornos longe de casa. “Conhecemos 74 países. Passamos por vários perrengues. Acho que a legislação deveria mudar a respeito. Vamos continuar viajando mas, antes de sair do Brasil, por precaução, vamos passar a nos testar contra covid-19”, planeja. 

O casal já estava vacinado e acredita que, por estarem com o ciclo vacinal completo, a doença não evoluiu para uma forma grave. 

Outro lado

O Consulado-Geral do Brasil em Lisboa foi procurado, por meio do Ministério das Relações Exteriores, para comentar sobre as críticas do casal ao atendimento da instituição. Assim que a resposta for enviada, a matéria será atualizada.