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Casal é vítima de homofobia durante corrida em carro de aplicativo na Serra

Durante o trajeto, o motorista fez comentários ofensivos e até ameaças

Foto: Agência Brasil

Um casal foi vítima de homofobia, nesta terça-feira (29), durante uma corrida em um carro de aplicativo, na Serra. As vítimas contaram que o motorista fez comentários ofensivos sobre o relacionamento de duas mulheres e até ameaças. 

As duas ainda estão muito abaladas e preferem não ser identificadas. Após o crime, uma delas fez um desabafo nas redes sociais e explicou o que havia acontecido.

O motorista percebeu que éramos um casal e começou o discurso de ódio embasado na Bíblia. Disse que somos aberrações, que vamos para o inferno e fez ameaças veladas como ‘na minha época resolvia tudo no tiro’“, contou. 

Ela ainda postou um vídeo de parte da corrida. Nele, é possível ouvir parte das ofensas do motorista.

É o estilo que você escolheu. Para mim, isso é errado. Homem nasce homem e mulher nasce mulher, querida“, disse o motorista.  

As vítimas disseram que estavam se sentido desrrespeitadas e contaram ao homem que as ofensas estavam sendo gravadas. Mesmo assim, ele continuou com o ataque homofóbico e ainda afirmou que todos tem o direito de opinar. 

Não, você não tem o direito de opinar quando fere a existência de outra pessoa. E é isso que o senhor está fazendo. Eu espero que o senhor comece a pensar e a respeitar o próximo“, advertiu uma das vítimas. 

Após o ocorrido, o casal procurou a delegacia e registrou o boletim de ocorrência contra o motorista. Além disso, elas denunciaram o ataque ao aplicativo que gerencia as corridas.

O que diz a Uber? 

Em nota, a Uber destacou que defende o respeito à diversidade e reafirmou o seu compromisso de promover o respeito, a igualdade e a justiça para todas as pessoas LGBTQIA+.

A empresa considera inaceitável qualquer tipo de discriminação e a conta do motorista parceiro foi desativada assim que tomamos conhecimento do ocorrido“, esclareceu a Uber.

O que diz a Secretaria de Direitos Humanos do ES e a polícia?

A Secretaria de Direitos Humanos do Espírito Santo (SEDH) disse que, até o momento, não recebeu denúncia sobre o caso, mas destacou que possuí canais por e-mail e telefone, além do Disque 100, para receber denúncias sobre a violação dos direitos humanos. O sigilo e o anonimato são garantidos. 

A pasta explicou que, em 2021, foram recebidas 21 denúncias de casos de violação de direitos humanos relacionados a pessoas LGBTQIA+. Todas foram encaminhadas aos órgãos com a competência de investigação. A secretaria afirmou ainda que monitora o andamento dos casos.

Sobre a denúncia do casal, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
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Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.