O acidente que resultou na morte da jovem Amanda Marques, de 20 anos, completou um ano neste domingo (17). A vítima estava com o namorado, Matheus Silva, em uma motocicleta. O casal voltava para casa, em Vila Velha.
Eles haviam visitado a mãe de Amanda, no bairro Jockey, e seguiam pela Rodovia Darly Santos, na altura de Jardim Asteca, em Vila Velha, quando foram atingidos por um carro em alta velocidade, dirigido por Wagner Nunes de Paulo.
Renata, mãe da jovem morta, diz como é viver sem a filha. “Minha vida mudou muito. Minha rotina de vida mudou, porque até acompanhamento de médicos, remédios, o psicológico da gente nunca mais volta a ser o mesmo”, desabafa.
Na casa da família, ainda há várias fotos da vítima espalhadas pelos cômodos. “Saudade é tudo! Não poder falar um ‘eu te amo filha’, não poder dar um abraço, um beijo, ela falava comigo todos os dias por telefone e vídeo. Sabia de tudo da vida dela. Tudo que ela iria fazer ela me comunicava. Então essa rotina foi quebrada, foi dilacerada entre a gente”, relembra a mãe.
Amanda Marques havia acabado de completar 20 anos. A vítima sonhava em fazer faculdade de fisioterapia e estava de casamento marcado com Matheus, que conduzia a moto.
Um ano depois, ainda não se sabe se motorista irá a júri popular
No dia 17 de abril de 2021, os dois foram vítimas de um grave acidente. Um ano de espera, já que a família continua sem saber a resposta da Justiça sobre o fato. Ainda não se sabe se o motorista Wagner Nunes de Paulo será levado a júri popular.
“A mãe dele vai poder ver ele toda hora, falar eu te amo, dar beijos. Um dia sabemos que ele vai ser solto, vai poder ter a vida dele toda ainda pela frente, fazer uma faculdade, que era o que minha filha queria, casar e ter uma família”, desabafou Renata.
O namorado, Matheus Jose Silva, que conduzia a moto, ficou ferido. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória.
Ele teve alta dez dias depois do acidente. No entanto, sua vida ainda não voltou ao normal. “Ele não pode fazer a cirurgia porque corre risco de ficar paraplégico. Também tem três coágulos na cabeça, além do ombro quebrado. Não consegue levantar, então não leva uma vida muito boa”, contou Renata.
Testemunhas relataram alta velocidade e embriaguez
Segundo testemunhas, o carro que o motorista conduzia estava em alta velocidade e ele estaria bêbado. Além de bater na moto, conforme testemunhas, ele tentou fugir do local.
A mãe de Amanda contou o que uma testemunha flagrou o que Wagner disse. “Wagner Nunes chegou no corpo da minha filha, perto de testemunhas e falou, olhando para o corpo dela no chão, que aquilo não iria dar nada para ele”, relatou.
Desde o dia do acidente, Wagner está preso de forma preventiva. O processo que julga ainda está em andamento.
Ele foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio por dolo eventual e tentativa de homicídio por dolo eventual, com a qualificação de não oferecer possibilidade de defesa das vítimas.
“De certa forma, surpreendeu que a gravidade do acidente fez com que uma pessoa denunciasse um crime praticado por ele. Um crime praticado em 2015, isso vai competir o MP analisar essa possível prática de crime de falsidade biológica, mas só demonstra a conduta dele por desprezo da Justiça, da verdade”, relatou o advogado da família de Amanda.
O que diz a defesa do motorista
O advogado de Wagner Nunes de Paulo, Frederico Pozzatti de Souza, afirmou, por meio de nota, que a defesa do réu “aguardou serena e pacientemente o transcorrer das audiências para demonstrar a verdade dos fatos”.
Segundo o advogado, diversos agentes públicos constataram que Wagner não apresentava sinais de embriaguez no momento do acidente. “Esse fato também foi confirmado por outras testemunhas”, frisou Pozzatti.
O advogado destacou ainda que a pessoa que apresentou à polícia as fotos em que Wagner aparece bebendo, como sendo momentos antes do acidente, teria confirmado que as imagens são, na verdade, da noite anterior ao ocorrido.
Frederico Pozzatti ressaltou ainda que atualmente o processo está em fase de alegações finais, oportunidade em que todas essas questão estão sendo relatadas. Segundo ele, a defesa também aguarda a juntada de algumas imagens que o juíz já determinou. “Todas essas questões são importantes para desmistificar uma versão que foi apresentada e que não condiz com a verdade”, afirmou.
A nota diz ainda que a defesa de Wagner aguardará a decisão final “confiando que os fatos foram devidamente esclarecidos”.
*Com informações da repórter Marla Bermudes da TV Vitória/Record TV